Josualdo Euzébio Silva*
Os feriados prolongados como a Semana da Criança são um dos momentos que centenas de famílias aproveitam para realizar uma viagem com maior deslocamento. É importante alertar que um passeio tranquilo e prazeroso requer alguns cuidados com a saúde vascular.
Afinal, é durante os grandes deslocamentos, por carro, ônibus ou avião que uma conhecida condição vascular têm maior probabilidade para ocorrer: a trombose venosa profunda, também conhecida como “trombose do viajante”. O risco se torna ainda mais frequente com o aumento no fluxo de viagens.
A trombose é um coágulo de sangue, que se forma principalmente nos membros inferiores, local em que a circulação sanguínea é mais lenta que o normal, já que o líquido precisa irrigar toda a região e fazer o percurso contrário para retornar ao coração, vencendo ainda a força da gravidade.
As pessoas devem ficar atentas, caso o trajeto da viagem seja longo e superior a um período de quatro horas. Afinal, é importante que, independentemente do meio de transporte, o indivíduo faça paradas estratégicas ou se levante para esticar as pernas e andar, promovendo o bombeamento e evitando a formação dos coágulos.
Existem ainda outros fatores de risco que, se combinados, ampliam essa probabilidade. Devem ter mais atenção aqueles considerados obesos, sedentários, quem usa anticoncepcionais, álcool ou tabaco, passou por cirurgias e hospitalizações prolongadas recentemente, tem idade avançada ou apresenta casos familiares da patologia.
Os principais sinais para a origem do problema são dores na perna, alteração da textura da pele, aparência e temperatura, acompanhado de inchaço e rigidez da musculatura.
As sugestões podem envolver o uso de meias de compressão ou medicamentos e ambos sempre devem ser usados, conforme prescrito, evitando surpresas desagradáveis, como a trombose e o desenvolvimento de embolia pulmonar.
A embolia ocorre a partir do desprendimento de um coágulo de seu local de origem, movimentando-se através da circulação até o pulmão, causando tosse, falta de ar, dor torácica e até mesmo desmaios. O maior risco está na chance de levar à morte e, por isso, é tão crucial observar os sinais vasculares e saber como prevenir.
Qualquer um desses sintomas deve ser considerado como um alerta, indicando a necessidade de se dirigir imediatamente a um hospital para atendimento de emergência.
*Médico cirurgião vascular, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular