Importância das nascentes para a solução da crise hídrica

27/04/2018 às 14:23.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:33

O Brasil tem 12% da reserva de água doce do mundo, e mais de 70% das reservas hídricas do país se concentram na Amazônia. Devido a essa aparente abundância, muitas vezes, o recurso é tratado como se jamais fosse acabar. Entretanto, a importância da preservação dos rios e nascentes é indiscutível.

Nas últimas décadas, o desmatamento de encostas, das matas ciliares e o uso inadequado dos solos têm contribuído para a diminuição dos volumes e da qualidade da água, um bem natural insubstituível na vida do ser humano. E a natureza está dando negativamente a sua resposta.

Quando um rio é poluído ou degradado, mas suas nascentes estão preservadas, há boas chances de recuperarmos todo o corpo hídrico. Por outro lado, se as nascentes forem destruídas, pouco se pode fazer. Elas são a fonte necessária à vida e devem ser preservadas ou recuperadas a qualquer custo. O Brasil está perdendo suas nascentes de modo veloz e, em alguns casos, irreversível.

Em 2015, o WWF-Brasil, uma ONG brasileira, participante de uma rede internacional e comprometida com a conservação da natureza, lançou uma campanha para que o governo federal criasse um Plano Nacional de Nascentes e Mananciais, a fim de garantir água de qualidade e em quantidade para todos os usos e para todas as pessoas.
Sabemos que as nascentes representam a “galinha dos ovos de ouro” que irão garantir água limpa e abundante num futuro próximo. Porém, em vez de protegê-las, estamos acabando com elas. No entanto, o referido Plano não inclui a recuperação de bacias em seu escopo. Em outras palavras, estamos salvando os “ovos de ouro”, mas esquecendo de salvar a “galinha”. Afinal, de onde virá a água que irá abastecer os reservatórios se não das nascentes dos rios que alimentam os reservatórios?

Mas não precisamos de muitos dados para constatar que o Brasil vive uma de suas piores crises hídricas e já afeta 40 milhões de brasileiros. 

A imagem da nascente seca do rio São Francisco mostrada em rede nacional de televisão, em 2014, foi apenas um alerta para o que aconteceria posteriormente. 
Hoje, em vários municípios, as nascentes já não servem mais à população. 

A ação do homem ao longo das décadas representou uma verdadeira catástrofe quando falamos em preservação ambiental. Ruas, casas e bairros inteiros foram construídos sobre áreas de preservação permanente. Uma tremenda irresponsabilidade!

O meio rural não escapa dessa sequência de degradação. O mau uso do solo na atividade agropecuária, além da construção de estradas e obras de infraestrutura sem planejamento, vêm causando danos ambientais gigantescos.

Diante da atual crise hídrica, infelizmente, o cenário que nos aguarda não é nada promissor. Como desdobramento, outras crises como de energia, alimentos e, até mesmo, crise social e econômica são iminentes.

Portanto, fica claro que toda e qualquer ação que possa garantir a preservação das nossas nascentes são sempre muito bem-vindas. 

Está provado que a vegetação desempenha um papel importante não só na preservação da região, mas também na redução de custos e, consequentemente, no incremento das condições de saúde e qualidade de vida dos brasileiros.
Proteger as nascentes é garantir água de qualidade e em quantidade para todos!

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