Estamos sobrevivendo

Publicado em 12/08/2022 às 06:00.

Pesquisa da Abrasel-MG, realizada entre 20 e 28 de julho, trouxe dados importantes e animadores para o setor: em junho, 47% dos estabelecimentos tiveram lucro, resultado um ponto percentual acima do registrado em maio e o melhor do ano até o momento. 

É óbvio que o caminho para a plena recuperação ainda é longo, principalmente porque mais da metade do segmento (53%) continua trabalhando com prejuízos ou em equilíbrio. Porém, não posso negar o quanto, ao olhar para trás, percebo que estamos literalmente renascendo das cinzas, depois de um 2020 e 2021 tão sombrios, repletos de demissões e falências.

Talvez, hoje, os nossos dois maiores desafios sejam a inflação e o endividamento. Em relação à primeira, a própria pesquisa da Abrasel revela, inclusive, que 72% dos entrevistados não conseguiram repassar os custos dos sucessivos aumentos dos insumos para o cardápio. 

No que se refere aos empréstimos contraídos na pandemia, um a cada quatro empresários que recorreram a eles está com parcelas em atraso. Mas, ainda assim, insisto em ressaltar que o vendaval, aos poucos, está passando. Em vista do tsunami enfrentado há dois anos, podemos dizer: somos bravos sobreviventes.

E as perspectivas para este segundo semestre, felizmente, são boas. Em novembro teremos a Copa do Mundo do Catar, coladinha com as confraternizações de Natal e Réveillon. Todos esses eventos, obviamente, vão provocar um crescimento em efeito dominó. Isso porque, à medida em que o faturamento aumentar, contratações serão efetuadas. Prova disso é que quatro a cada dez empresários do nosso setor, em Minas Gerais, pretendem recrutar funcionários até dezembro. 

Outros 50% esperam manter o quadro atual e somente 10% têm a intenção de demitir no período. Isso significa que ao menos 90% das empresas não irão fechar postos de trabalho, pelo contrário: vão admitir ou continuar com a equipe atual.

Somado a todas essas boas novas, o arrefecimento da Covid-19 nos dá sinais de que o passado de perdas vem ficando cada vez mais onde ele, de fato, deve ficar: no passado. A recente liberação do uso de máscaras em espaços fechados de Belo Horizonte é um dos fortes indícios de que o tão chamado "pós-pandemia" ganha contornos mais consistentes e que a vida parece recuperar os tons alegres e vivos de outrora.

É óbvio que o vírus que nos abalou ainda existe. Mas é igualmente óbvio que, nem de longe, ele causa hoje tantos estragos e impactos como causou quando ainda era um invasor desconhecido. Que a felicidade se faça cada vez mais constante. Nós precisamos e merecemos!

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