Semana passada escrevi sobre a busca da tão almejada paz que muitos dizem querer. Dizem, mas nem sempre se comportam de acordo com o desejo. Quando nossa conduta está em desalinho com o que desejamos, nos convém avaliar se de fato queremos aquilo que falamos. Algumas perguntas devem ser feitas nesse sentido: quem diz amar, mas só faz sofrer, será que ama mesmo?
Quem diz que quer economizar, mas não para de gastar, será que quer mesmo? Na mesma linha de pensamento é a paz: não conseguimos obtê-la sem as condutas que nos direcionam a ela.
Recebi algumas mensagens de leitores sobre as reflexões do artigo da semana passada e resolvi então continuá-las nessa semana também, afinal atitudes pacíficas são sempre favoráveis. Eis algumas:
Aos que almejam paz de espírito, parem de se preocupar. Preocupação é um sentimento tão inútil quanto indignação - ambos estão a serviço da ansiedade, sentimento oposto à serenidade.
Troque a preocupação pela ocupação e a indignação pela resignação. Deixe o que ficou para trás e gaste energia com novas conquistas.
Quando estiver frente a algo que considere muito importante, pense se de fato isso será relevante daqui a um tempo. Há coisas nas quais perdemos energia e que serão desimportantes em pouco tempo.
É importante ter em mente que se posicionar não significa brigar. Muitos gostam de dizer que preferem largar algo para lá para evitar briga. Esse tipo de pensamento precisa ser ponderado. Há casos em que o nosso silêncio nos favorece, mas são contextos específicos como discussões políticas, por exemplo. Entretanto, vejo pessoas deixando de falar coisas importantes por algum tipo de dificuldade e que estão só adiando uma complicação futura. Diz o ditado: é melhor ficar vermelho uma vez do que amarelo a vida toda (ou roxo de raiva).
Há um ditado popular que diz: “mantenha sua cabeça onde pisam os seus pés”. Isso significa estar presente de corpo e alma em tudo que se prontificar fazer. Estar por inteiro implica em ser boa companhia, bom ouvinte, zelar pela boa troca. Talvez uma das coisas mais difíceis nos tempos atuais sejam as verdadeiras “boas companhias”, pois muitos praticam o presenteísmo: corpo presente e mente divagando. Quando estamos na presença de boas companhias saímos abastecidos, energizados e felizes.
Manter uma rotina autoconstrutiva, que inclua bons hábitos, é um esteio importantíssimo tanto na manutenção da paz quanto da saúde mental. Muitas pessoas, ao passarem por situações de sofrimento, conseguiram se manter fortes emocionalmente se apegando a rotinas. Portanto, manter rituais saudáveis poder ser um poderoso antidepressivo.