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Simone DemolinariPsicanalista com Mestrado e dissertação em Anomalias Comportamentais, apresentadora na 102,9 e 98 FM

Consciência emocional

Publicado em 14/08/2025 às 07:05.

Tomar consciência sobre algo é um processo profundo que inclui reflexão, análise, compreensão e aceitação, mas, não necessariamente, significa conseguir domínio sobre a questão. Um bom exemplo é um fumante que tomou consciência do grande mal que o cigarro lhe causa, mas nem por isso consegue largar o vício. E aí que está a questão, pois existem 2 tipos de consciência que precisam ocorrer para existir o processo de mudança: a intelectual e a emocional.

A primeira está diretamente ligada ao entendimento dos fatos, mas não basta saber, para tomar consciência real é preciso ir além e compreender de forma profunda passando pela aceitação de verdades que muitas vezes são difíceis de admitir. Digo isso pois muitas pessoas, mesmo sabendo a realidade, permanecem na negação – um estágio ilusório que abaixa o limiar cognitivo, fazendo com que o indivíduo se recuse a acreditar nas evidências, ou se acredita, acha que com ele irá acontecer diferente. Um mecanismo de defesa que estagna a evolução.

Outro obstáculo que dificulta a tomada de consciência intelectual é a ignorância, a desinformação ou até mesmo a falta de desejo em saber a verdade –o famoso cego que não quer ver. É impossível atingir o estágio de consciência quando evitamos ter contato com ela.

Mas aos interessados em obter avanços emocionais é preciso ter em mente que a primeira etapa é fundamental para a segunda: a consciência emocional. Esta significa basicamente a ação, a medida prática sobre o entendimento. Se a primeira etapa é saber que o cigarro faz mal, a segunda é conseguir parar de fumar.

A força que vence um vício, seja ele tabaco, bebida, preguiça, dependência química ou emocional, baseia-se na junção das duas consciências, a que entende e a que age. A maioria fica somente na primeira deixando a desejar a conclusão do processo.

Aqui se faz importante entender que a obtenção da consciência emocional não significa deixar de ou desejar algo, mas sim deixar de fazer o que gosta para fazer o que precisa.

O exemplo do cigarro é algo objetivo, portanto fácil de ser percebido, mas há muitas questões que são subjetivas e embora entendidas continuamos a reincidir no erro. Um exemplo é nas relações (familiares, de amizade ou afetivas) onde, mesmo sabendo que tal pessoa não é confiável, insistimos em tentar muda-la ou vivemos dando as incontáveis “segundas chances” e passando raiva. Aliás, a raiva é um excelente sinalizador de que não atingimos a consciência emocional, pois ela traz grandes revelações:

- A raiva representa a nossa incapacidade de fazer o que precisa ser feito;

- A raiva significa a expectativa frustrada frente a algo que não acorreu como esperávamos;

- A raiva demonstra a dificuldade em aceitar os fatos como eles são;

- Quanto maior a raiva, maior a nossa intolerância à frustração;

- A raiva mantém a vitimização pois sempre haverá um culpado para nossa dor.

- Numa análise mais profunda, a raiva que sentimos do outro, é a raiva que sentimos de nós.

Portanto, o indivíduo que almeja adquirir consciência emocional precisa ter em mente que essa competência não vem de forma expontânea e sim exercitada. É preciso fazer o que precisa ser feito sem procrastinação, falsas promessas ou negligencia. Sempre lembrando que a ação precede a motivação - primeiro fazemos, depois nos sentimos orgulhosos disso. Uma satisfação impagável!

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