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Cristiano CaporezzoAtua, hoje, como Deputado Estadual pelo PL/MG. Cristão, é Policial Militar, Advogado e Escritor.

A Esquerda matou Odete Roitman

Publicado em 15/10/2025 às 06:46.

“Eu não sou boazinha”. Com essa frase, uma das figuras mais controversas da teledramaturgia brasileira se apresentava. Odete Roitman declarava guerra à hipocrisia. Por mais que fosse dona de um comportamento arrogante e soberbo, não resta dúvidas de que Odete é um personagem objetivo, pragmático e racional, três ótimas características que hoje equivalem a blasfêmias. Nunca fui fã da personagem, mas tenho que levantar esse ponto. Num tempo em que o sentimentalismo se tornou política pública e a empatia foi desvirtuada em um triste pretexto para impor sofismas, o simples ato de pensar com clareza é, pasmem, um verdadeiro ato de coragem.

Odete de Almeida Roitman, no fundo, não é apenas cancelada pela Esquerda em razão de sua arrogância; ela é executada, moralmente, porque de fato é acima da média e não possui falsa modéstia em autoafirmar isso. A bala que a matou na ficção se equivale a política do coitadismo elevada a enésima potência. Como ensina Andrew Lobaczewski, em Ponerologia, o socialismo é a política da mediocridade, e nada esmaga mais um medíocre do que a presença de uma pessoa flagrantemente superior em competência e que não apenas sabe disso, mas age totalmente por fora da cartilha ditatorial do politicamente correto.

Caro leitor do Hoje Em Dia, o novo moralismo — aquele que se disfarça de bondade — não suporta quem fala sem pedir licença. Como escreveu Olavo de Carvalho em “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”, o politicamente correto é “a destruição da inteligência sob pretexto de bondade”.

A Esquerda, e não apenas em seu conjunto de partidos, mas como mentalidade, é a curadora dessa bondade compulsória. Criou uma cartilha de conduta emocional que dita o que se pode dizer, rir e até pensar. Quem escapa dela é rotulado, cancelado, denunciado, silenciado e, sim, muitas vezes morto. A esquerda acredita ter o monopólio da virtude e age com um mecanismo tirânico de censura: sem a interferência da polícia ou do estado, mas feita de aplausos, linchamentos verbais (ou não) e exclusões sutis.

Odete não toleraria isso. Diria, com a mesma ironia de sempre: “As pessoas não gostam de quem é melhor do que elas”. E seria crucificada nas redes por vaidade exaltada, é claro. Mas a verdade é que, por mais soberba que ela fosse, apenas enxergava — e dizia — o que uma imensidão pensa, mas que poucos têm coragem de verbalizar. O “ódio” que hoje se atribui aos francos é, na maioria das vezes, apenas o reflexo do desconforto dos fracos diante dos fortes.

A Esquerda matou Odete Roitman porque ela era o oposto da histeria coletiva. Matou-a porque não chorava ao som do discurso certo. Porque preferia resultados a intenções. Porque não fazia pose de compaixão enquanto manipulava a culpa alheia. E, no fundo, é essa a tragédia: a morte simbólica de Odete é a morte do pensamento livre. Odete morreu porque ousou ser real. Mas a realidade, meus amigos, sempre será a primeira a ser sacrificada no altar profano da revolução socialista.

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