Logotipo Rádio HED

Redação: (31) 3253-2226

Comercial: (31) 3253-2210

Redação: (31) 3253-2226 - Comercial: (31) 3253-2210

Cristiano CaporezzoAtua, hoje, como Deputado Estadual pelo PL/MG. Cristão, é Policial Militar, Advogado e Escritor.

O governo, as mulheres e a mosca

Publicado em 25/06/2025 às 06:00.

Quem diria que no “governo do amor”, que tanto diz defender as mulheres, o número de feminicídios cresceria e alcançaria o maior da história, segundo divulgou o Ministério da Justiça: foram 1.459 casos em 2024, ou quatro mulheres mortas por dia. É o maior índice já registrado no país. Jamais tivemos um número tão alto. Na Argentina, para efeito de comparação, estes dados foram de aproximadamente 255 feminicídios, o que indica, felizmente, bem menos que uma mulher morta. Claro que a natureza do feminicídio não seria o mero assassinato, mas sim a morte em razão da condição feminina da vítima, o que, vale ressaltar, em determinados casos é um critério difícil de ser aferido.

Outro crime terrível cujas vítimas são majoritariamente mulheres, o estupro, chegou a 83.114 casos — o pior índice dos últimos cinco anos. Mais de 75% dos casos envolvem meninas de até 14 anos. Na Argentina, com a rígida cultura de segurança imposta por Javier Milei, foram 7.189 casos de estupro. Embora tenham um quarto da nossa população, tiveram menos que 10% dos nossos casos. 

E já que estamos falando de números e ineditismos históricos. Aqui, cabe uma contextualização, para explicar parte das razões: o atual governo obrigou aos CACs (colecionadores, atiradores e caçadores), independentemente do sexo, o recadastramento de 68.962 armas e ainda acusou de ilegalidade, ou seja, de serem obedientes ao regramento anterior, outros 6.168 CACs.

Pois bem, sigamos o raciocínio. Em recente entrevista no podcast "Mano a Mano", Lula da Silva endossou que o ministro Flávio Dino "fez tudo para desarmar os cidadãos e dificultar a disponibilização de armas ao povo", alegando que cultura seria muito mais eficaz. Concluo esta parte do xadrez, recordando que no referendo sobre desarmar ou não a sociedade, realizado no próprio governo Lula II, cerca de 65% dos brasileiros rejeitaram a chamada "tentativa de restringir a liberdade individual em nome da segurança coletiva", tecnicamente. 

O povo brasileiro recusou o desarmamento e, de igual forma, o governo Lula segue recusando a soberania da vontade popular que deveria ditar o norte em uma democracia. Destaco que, em relação a essa pauta, existe redução dos crimes de estupro nos países onde os cidadãos têm direito ao acesso às armas de fogo. 

Encerro com uma frase cantada por um artista mineiro que apoiou Lula, acabou de ter uma filha, já tem outra em idade adulta e, quem sabe, represente a melhor síntese do segmento que hoje se cala: "a nossa indignação é uma mosca sem asas, não ultrapassa a janela de nossas casas". Eu concordo com o compositor e sou obrigado a completar quanto ao raciocínio ideológico dos legatários de Karl Marx: é impossível para uma abelha convencer uma mosca que mel é melhor que excremento.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por