Cabo CaporezzoAtua, hoje, como Deputado Estadual pelo PL/MG. Cristão, é Policial Militar, Advogado e Escritor.

Senado: a ‘Câmara Alta’ está à altura do brasileiro?

Publicado em 28/05/2025 às 06:00.

Durante muito tempo, o Senado Federal foi chamado de "Câmara Alta", não apenas por sua posição constitucional, mas por representar o ápice da responsabilidade política, a casa dos mais experientes e guardiões da República. Era ali que a serenidade deveria equilibrar arroubos alheios, onde o juízo deveria reinar sobre a demagogia barata e a prudência deveria calar a teatralidade política. Mas olhemos com a honestidade que o momento exige: o Senado de hoje é digno desse nome? É esta a "Câmara Alta"? Ou já se rebaixou a um mero balcão de negócios — um teatro de vaidades e um monumento tombado à omissão mais covarde? A verdade é dura, mas libertadora, pois somente a partir dela poderemos trilhar novos caminhos: o Senado Federal nunca esteve tão decadente.

Não basta ostentar boas intenções em discursos vazios, despidos de honra, responsabilidade, fé, luta pela liberdade, justiça e verdade. Poucos se comportam como servidores da Pátria. A maioria age como se fossem os donos dela. Não prestam contas ao povo, mas sim, a seus financiadores — partidos ou interesses escusos. Não honram a confiança do eleitor, mas a confiança do sistema que os protege. Esqueceram que a política é, antes de tudo, um ato moral e não uma profissão para acumular influência, foro privilegiado e mordomias.

Como dizia o reverendo norte-americano Martin Luther King, “o que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons”. A terminologia “alta” significa “elevada” em seu sinônimo direto. Portanto, penso eu, a representação do povo com o mais dedicado cumprimento dos valores que pertencem a brasileiros com os quais, felizmente, tenho o prazer de conviver: a honestidade, a dignidade, a lealdade, o valor irrestrito da palavra dada e, por fim, o que o latim chama de “agir com o coração”: a coragem. 

E acrescento que, embora o latim seja verídico e encantador em sua definição, ser corajoso é, na arena da política atual, ter “sangue nos olhos”, como no ditado popular mesmo, para que não exista sangue nas ruas, na economia, na qualidade da saúde brasileira; enfim, para que os direitos básicos da nossa constituição não entrem em hemorragia, bem como a tripartição de poderes. Lembrem-se de que a autoestrada para o inferno é pavimentada por boas intenções. Logo, não basta a intenção ser boa, é necessário ter certeza de que, uma vez adotada uma política pública, de fato ela atenderá plenamente o propósito ao qual se destina.

O Senado ainda pode se reencontrar com sua missão, mas isso exigirá coragem, moral e ética entremeados a valores sólidos. O Brasil não precisa de salvadores, precisa de homens dispostos a servir com integridade, porque no fim, como dizia o presidente Ronald Reagan, "se não formos nós, quem? Se não for agora, quando?"

* Caporezzo atua, hoje, como Deputado Estadual pelo PL/MG. Cristão, é Policial Militar, Advogado e Escritor.

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