Papa se despede de jovens peregrinos em grande missa com vista para o mar

AFP
28/07/2013 às 08:40.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:27

RIO DE JANEIRO - O papa Francisco reza neste domingo (28), na famosa praia de Copacabana, uma grande missa à beira-mar, em seu sétimo e último dia no Brasil e na qual são esperadas até três milhões de pessoas.   O primeiro papa latino-americano será recebido na praia por centenas de milhares de jovens peregrinos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que acamparam na areia durante toda a noite, em uma gigantesca vigília na qual não faltaram cânticos e orações.   Na véspera, no início da vigília, o Papa argentino de 76 anos pediu para que os jovens vivam, de fato, a vida, e não a acompanhem de longe, sejam protagonistas da mudança, se interessem pela política e pelos problemas sociais e não se deixem vencer pela apatia.   "Os jovens nas ruas querem ser protagonistas da mudança. Por favor, não deixem que outros sejam protagonistas da mudança", pediu diante de dois milhões de pessoas que o aclamavam, muitas delas chorando, após os recentes protestos que sacudiram as ruas do Brasil pedindo melhores serviços públicos e criticando a corrupção e os gastos excessivos do governo.   A missa, prevista para as 10 horas (horário de Brasília), será o quarto grande evento do pontífice na praia de Copacabana. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, estimou que três milhões de pessoas comparecerão ao local, batendo "o recorde histórico" de afluência.   "Ver tantos jovens na mesma faz nossa fé crescer", disse à AFP um peregrino, o uruguaio Nicolás Echegoven.   Mensagem aos latino-americanos   Francisco almoçará mais tarde com o comitê de coordenação da Conferência Episcopal Latino-Americana (Celam), integrado por 45 bispos, na residência do Sumaré, em meio à exuberante floresta tropical atlântica. Ali pronunciará um discurso destinado aos bispos da região onde nasceu e viveu por quase toda a sua vida este argentino filho de italianos, de 76 anos.   No Brasil, Francisco convocou a Igreja a reconquistar os que se tornaram evangélicos ou que vivem sem Deus, buscando a simplicidade em atos e palavras e trabalhando em favelas e comunidades carentes para frear a sangria de fiéis.   Assim como no Brasil, o país com mais católicos do mundo, no resto da região a Igreja católica perde espaço diante de um crescimento das igrejas neo-pentecostais e das pessoas sem religião.   E, como fez diante dos jovens, Francisco pediu que os bispos e cardeais brasileiros não tenham medo de se envolver em assuntos relativos "à educação, à saúde, à paz social", que são "as urgências do Brasil", convocando-os a se comprometer mais politicamente.   O Papa felicitou a Igreja brasileira por ter aplicado com originalidade o Concílio Vaticano II (1962-1965), que adaptou a Igreja aos tempos modernos e mudou seu perfil fechado e doutrinário para o de uma Igreja pastoral.   Mas se referiu - sem mencionar diretamente - à Teologia da Libertação como uma das "doenças infantis" do Concílio que a Igreja brasileira conseguiu superar.   Antes de retornar ao Vaticano, às 19h00, sua intensa agenda prevê uma reunião com os milhares de voluntários da JMJ no centro de conferências Riocentro, na zona oeste da cidade, e um discurso de despedida no aeroporto internacional, o 15º e último de sua visita.

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