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Parcela mínima embute dor de cabeça máxima

Raul Mariano - Hoje em Dia
Publicado em 10/05/2015 às 10:41.Atualizado em 16/11/2021 às 23:58.
Com a alta do custo do crédito, os casos de pessoas que não conseguem administrar os juros cobrados pelos bancos e acabaram perdendo o controle da própria dívida se tornam comuns. E o cartão de crédito aparece como grande vilão.

Na maioria das vezes, o erro começa quando o consumidor decide pagar a parcela mínima do cartão de crédito, que equivale a 20% do valor da fatura mensal.

Como os juros embutidos na fatura do mês seguinte elevam a dívida, chega um momento em que o valor extrapola o orçamento do usuário do cartão.

Foi o caso do estudante de engenharia civil André Monteiro, que chegou a dever R$ 12 mil para um banco e depois de quatro anos de negociação conseguiu chegar a um acordo com a instituição financeira.

“O banco perdoou 80% da minha dívida, mas o restante ainda estava fora da minha condição de pagamento. Conseguimos um consenso, mas ainda assim pago um valor que é muito maior do que minha dívida inicial”, relata.

O técnico de som Júlio César Silva viveu situação semelhante. Depois de atrasar o pagamento da fatura do cartão de crédito, viu o valor de R$ 1.980 saltar para R$ 2.460.

“Para poder pagar a dívida, tive que entrar no cheque especial e agora devo ao banco R$ 1.700,00”, relata.

Novos modelos

O presidente do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor do Sistema Financeiro (Andif), Donizete Piton, afirma que o prejuízo causado pelo modelo bancário brasileiro é maior do que os danos causados pela corrupção.

“O país arrecadou R$ 104 bilhões com o Imposto de Renda de Pessoa Física e pagou para os bancos R$ 184 bilhões pela rolagem da dívida interna. Ou seja, toda a população brasileira não paga metade dos juros que os bancos cobram”, provoca.

Para Piton, os bancos são o setor da economia que menos gera riqueza para o país e, por isso, uma política de limitação dos juros cobrados seria essencial para mudar o cenário sem engessar a economia.

“Os banqueiros são os principais credores do Brasil, do governo à empregada doméstica. E não existe forma mais eficiente de você escravizar alguém do que torná-lo devedor. Por meio da dívida que você administra, você subjuga o outro, seja pessoa física ou empresa”, argumenta.

Inadimplentes

Na avaliação do presidente da Andif, 80% das 35 milhões de pessoas inadimplentes no Brasil estão nessa situação por causa dos juros elevados cobrados pelas instituições financeiras. Ele afirma que a discrepância entre a remuneração dada às aplicações e o valor cobrado para dar crédito é inconcebível.
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