Pedestre deixa de ‘controlar’ o trânsito em BH

Izabela Ventura - Do Hoje em Dia
07/08/2012 às 10:50.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:14
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Desde dezembro do ano passado, a BHTrans retirou 40 equipamentos acoplados aos sinais de trânsito da capital, chamados de botoeiras. Eles são usados para ativar, em segundos, a luz vermelha do semáforo, permitindo que os pedestres atravessem a rua com mais segurança.


As botoeiras não estariam sendo mais úteis nas regiões central e Sul de Belo Horizonte, segundo a BHTrans, por causa do aumento do fluxo de pedestres. Apenas dois dispositivos continuam funcionando: na avenida do Contorno com rua Bernardo Guimarães e no cruzamento da avenida Olegário Maciel com a rua dos Carijós, ambos no bairro Funcionários.


As outras estão fora do perímetro da Contorno, em ruas e avenidas com menor fluxo de pedestres, segundo a BHTrans. A empresa ressalta que os semáforos do Centro trabalham em sincronia. Por isso, com a botoeira, o tempo de espera para que as pessoas façam a travessia seria maior.


Segundo o diretor de operação da BHTrans, Edson Amorim de Paula, os equipamentos não são mais adequados. “Não há mais necessidade de o pedestre te avisar que vai passar”, afirma. Outro problema apontado por ele é a falta de paciência das pessoas depois que elas acionam o equipamento. Muitas vezes, elas atravessam a rua sem segurança. “Por isso, estamos substituindo os botões pelo tempo fixo. Assim, os semáforos estarão sempre programados para o tempo dos caminhantes”, afirma.


O consultor em transporte e trânsito Osias Batista Neto concorda com a medida. Para o especialista, as botoeiras são necessárias nas vias com pouco fluxo de pedestres. “Nessas vias, quando o semáforo está fechado para os veículos, os motoristas tendem a avançar, pois nem sempre há gente querendo atravessar”.


Para Osias, é preciso ser feito um trabalho de divulgação das botoeiras. “Se colocadas de forma correta e justificada, elas têm que ser acompanhadas de divulgação e explicações sobre como utilizá-las”, alerta.


Os primos Tiago Pereira da Silva, de 14 anos, e Angélica Pereira de Jesus, de 21, não sabiam para que serve a botoeira instalada na Contorno com rua Bernardo Guimarães. “Eu achava que era proibido apertar esse botão”, confessa Tiago.


O diretor de operação da BHTrans afirma que não há previsão para remoção das botoeiras restantes em Beli Horizonte.

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