Permanência da Grécia na zona do euro tem dia D

Bruno Moreno - Hoje em Dia
30/06/2015 às 06:36.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:41
 (Editoria de Arte)

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Diante da falta de acordo com os credores internacionais e o risco de iminente saída da Zona do Euro, a Grécia pode iniciar uma nova onda de quebradeira nos países mais vulneráveis da Comunidade Europeia, como Espanha e Portugal, e também influenciar as economias emergentes, como o Brasil.

O plano de ajuda a Atenas termina nesta terça-feira (30), quando também vence uma parcela de 1,6 bilhão de euros devida ao FMI.

Apesar de ter uma corrente de comércio pouco significativa na balança comercial brasileira, se a Grécia quebrar, enquanto membro da Zona do Euro, pode afetar as trocas comerciais brasileiras com o bloco econômico como um todo.

De janeiro a maio deste ano, o Brasil exportou U$S 43 milhões para a Grécia e US$ 14 bilhões para a União Europeia, o que representa quase 18% de tudo o que o Brasil exportou no período.

“Mesmo que o Euro se mantenha, não se sabe quanto a crise grega pode afetar a taxa de crescimento da União Europeia. Isso pode impactar as exportações brasileiras para o continente, um parceiro importante nosso”, pontua o coordenador do curso de Relações Internacionais do Ibmec, Reginaldo Nogueira.

Na avaliação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, um eventual calote grego deverá ter efeito no Brasil apenas no curto prazo, com impacto no câmbio. “Obviamente vai ter oscilação de paridades cambiais, mas são efeitos de curto prazo superáveis”, afirmou. Ele acredita que a Europa está preparada para um período de ajustes e, mesmo se a Grécia sair da zona do euro, o impacto deve ser “limitado”.

Nas ruas e nas bolsasS

Cerca de 17.000 manifestantes, a maior parte, simpatizantes do governo de esquerda do partido Syriza, se manifestaram nesta segunda-feira (29) em Atenas e Tessalônica (norte) a favor do “Não” no referendo convocado para domingo para decidir se o plano de resgate dos credores será aceito.

A tensão causada pela falta de acordo derreteu os mercados de ações globais, com destaque para Nova York (- 1,9%), Milão (-5,17%), Lisboa (-4,76%), Madri (-4,56%), Paris (-3,74%) e Frankfurt (-3,56%). No Brasil, o Ibovespa teve perda de 1,86%.

A agência de classificação de risco Standard and Poor’s rebaixou nessa segunda (29) a nota da Grécia a “CCC”
 

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