O governador Fernando Pimentel (PT) bateu o martelo ontem e chancelou as mudanças na Cemig, a maior estatal do Estado e da qual o governo é o acionista majoritário, indicando o engenheiro eletricista Bernardo Afonso Salomão Alvarenga para assumir a presidência da empresa nos últimos dois anos de gestão. Hoje, o nome dele será submetido e homologado pelo Conselho de Administração da companhia.
Alvarenga é formado pela UFMG em 1978, com pós-graduação em Master on Business Administration em 2001, pela Fundação Getúlio Vargas. Trabalhou na Cemig durante 31 anos, sendo que, nos governos tucanos (2003/2010), foi diretor comercial e presidente/diretor de várias empresas do grupo. Em seguida, foi diretor de Energia da siderúrgica Usiminas.
Ele é tido pelo governo como nome de mercado, de perfil técnico e sem ligações políticas. Alvarenga substituirá Mauro Borges, ex-ministro do Desenvolvimento Econômico (2014) que sucedeu o amigo Fernando Pimentel no governo Dilma Rousseff (2011/2016). Além dele, o vice-presidente Paulo Castellari assumirá a diretora de Finanças e Relações com Investidores, no lugar de Fabiano Maia. Na avaliação dos políticos, Mauro Borges não fez alianças adequadas e perdeu o foco.
As mudanças acontecem no momento em que o governo se prepara para os dois últimos anos de gestão. Após a primeira metade da administração, o governo já sabe quem é quem, quem funcionou e quem funcionou. O prestígio que cada um tinha no início ou foi gasto ou ampliado. O presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (PMDB), por exemplo, foi um dos que viu sua influência crescer dentro do partido e do governo; ao contrário dele, o vice-governador e presidente estadual do PMDB, Antônio Andrade, não funcionou.
A partir de 2017, Pimentel quer redirecionar sua gestão junto daqueles que podem levá-lo a algum lugar, ou seja, o final dela com direito à recandidatura.
Pinguela é mantida na Gasmig
Por enquanto, o governador não pretende trocar o comando da Gasmig, estatal de gás presidida por Eduardo Andrade, filho do vice-governador. Os bombeiros de plantão veem na posição a última oportunidade de reaproximação entre o governador e o vice.
Sem greve e com ajuste fiscal
Do caos à bonança. Um dia depois da ameaça de greve de policiais militares, o governo mineiro e de outros Estados fizeram do limão uma limonada. Articularam-se e, por meio de suas bancadas federais, conseguiram aprovar, ontem, o projeto de renegociação das dívidas com programa de recuperação fiscal sem as exigências e contrapartidas do tipo privatização de estatais, congelamento de concursos, promoções e reajustes em prejuízo aos servidores, razão pela qual os policiais se rebelavam.
]Agora, os Estados poderão renegociar com a União “sem a espada no pescoço”, na avaliação de um secretário. Além da suspensão temporária do pagamento da dívida com a União, Minas terá uma folga de caixa, de imediato, de R$ 500 milhões/mensais ou R$ 6 bilhões/ano, recursos que bancam duas folhas salariais.
O que muitos dos que gritavam ‘fora Pimentel” pelas ruas, por conta do projeto 257, que impunha tais sacrifícios, não sabem é que os senadores mineiros tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia e Zezé Perrela (PDT) votaram a favor do pacote de maldades.