Antigos: Lancia Aurelia B20 inaugurou o segmento Gran Turismo há 70 anos

Marcelo Jabulas
@mjabulas
27/08/2021 às 07:18.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:46
 (Lancia/Divulgação)

(Lancia/Divulgação)

Ao longo de seus 135 anos, o automóvel se ramificou em diferentes tipos de carroceria. Do triciclo de Karl Benz aos incontáveis modelos que temos hoje, o carro foi se ajustando a gostos e necessidades. Sedã, picape, conversível, SUV, hatch, cupê, perua, minivan são as mais populares das carrocerias. Mas a mais charmosa é sem dúvida a Gran Turismo.

E o carro que definiu as formas do GT, segundo reza a lenda, foi o Lancia Aurelia B20, lançado em 1951. O GT deriva do cupê, que por essência é um automóvel duas portas, com a porção traseira mais curta que num sedã. 

No entanto, o gran turismo por definição é um carro projetado para longas viagens, mas somado de conforto e alto desempenho. É um carro que precisa ser agradável para o corpo e para a performance. 

Assim, um legítimo GT demanda algumas exigências como configuração 2+2 (com dois pequenos assentos traseiros para auxílio para bagagens). Ele precisa de um conjunto mecânico mais dinâmico que de um sedã e claro uma carroceria que contribua para isso. O Aurelia B20 é tudo isso.

O carro

Desenhado por Vittorio Jano, o carro era completamente diferente do Aurelia (sedã) lançado em 1950. O modelo base tinha aquele característico formato dos sedãs dos anos 1940, com jeito mais caixotão, quatro portas e sem porta-malas destacado. 

E o B20 subvertia tudo, deixava de ser o automóvel funcional para ser o carro focado no prazer. Era diferente dos antigos cupês que foram evoluindo desde o início do século 20. Era um carro sensual, com traseira fastback e capô longo. Estilo que seria copiado por fabricantes e estúdios europeus como Ferrari (com o 250 GT SWB), assim como Carrozzeria Touring, que desenhou o Aston Martin DB4, em 1958.

Raridade

Durante sua trajetória, que durou de 1951 a 1958, com cerca de 1,2 mil unidades produzidas, o B20 sempre utilizou motores V6. Na verdade era um mesmo bloco, dotado de carburadores Weber 40, que passou por revisões ao longo dos anos para elevar sua capacidade volumétrica de 1.8 para 2.5 litros. A primeira versão entregava menos de 60 cv, enquanto as versões mais potentes entregavam cerca de 115 cv. 

A cada mudança a Lancia definia como uma série. Além do ganho de potência, o carro também evoluiu nas partes de transmissão e suspensão. Afinal, era um período em que a indústria se reestruturava do pós-guerra e sempre surgiam novos conceitos e tecnologias.

Raro, encontrar esse carro no mercado de antigos não é fácil. Dependendo do ano e da série os valores podem superar a casa de R$ 1 milhão (numa conversão direta para o real). Um preço até razoável para o primeiro GT do mundo.

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