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Uma história leve e cheia de significado, que mostra a importância da diferença e do respeito. Tainá é negra e também cega. Por ser diferente dos vizinhos da fonte d’água (aos olhos dos outros, claro!), por vezes ouve cochichos em referência a seu aspecto físico. Certo dia, ao desabafar com a avó, com quem divide o teto, ao lado de Estrela, o cãozinho companheiro, a menina descobre que a essência das coisas está justamente no fato de serem diferentes.
“Nossa pele conta uma história de sacrifícios e resistência. Nossos cabelos trazem a experiência da força”, disse a doce senhora, enquanto trançava os cabelos da neta, a quem carinhosamente chama “A Filha do Sol", no livro A Neta de Anita. A matriarca fazia referência à história do sol e da lua, que apesar de não poderem se encontrar, dividem o mesmo espaço de forma harmônica e respeitosa. E é assim também, a partir da convivência equilibrada com Estrela e a avó, Anita, que Tainá descobre a beleza da vida.
Um dia, após conhecer uma escritora, também privada da visão, decidiu ganhar o mundo. Desejosa de mergulhar naquele mar onde as palavras eram escritas em braile, foi em busca de conhecimentos. Partiu, sem ir embora. Voltou um tempo depois ensinando o que havia aprendido.
Passando a mão sobre o papel onde bordara Anita, percebia, junto à avó, que mais do que um nome, o braile simbolizava a esperança multiplicada. E foi assim também ao retomar à velha fonte d’água, que, após um período de seca, voltou a brotar. “Há fontes de inspiração, de afeto e conhecimento que alimentam nossa sede de vida. As fontes não podem secar, pois dependemos dela”, disse a menina, enquanto presenciava o próprio renascimento e de tudo mais em volta.
A NETA DE ANITA
Autor:Anderson Oliveira
Ilustrações: Alexandre Rampazo
Editora: Mazza Edições LTDA
Número de páginas: 40Reprodução