Carreiras em alta: domínio da tecnologia é o mais exigido pelo mercado de trabalho em 2018

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
14/01/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:44
 (Divulgação)

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Especialistas em recrutamento e recursos humanos avisam: 2018 será o ano da transformação tecnológica. Mas o que isso quer dizer, na prática? Como afetará o mercado de trabalho e a busca por emprego? Simples: que estarão no topo da lista dos profissionais mais requisitados os que se colocarem à frente do tempo.

“As empresas estão extremamente ligadas à tecnologia, sejam elas de que ramo forem, pois precisam acompanhar a aceleração tecnológica”, justifica a headhunter Fernanda Nogueira, consultora associada sênior da Upside Group, empresa de Belo Horizonte especializada em gestão de capital humano. 

“Além disso, é importante que identifiquem oportunidades de mercado, estando presentes nas mí-dias digitais e se aproximando dos clientes”, acrescenta. 

De acordo com Fernanda, até mesmo profissionais que não são donos do próprio negócio devem ter autonomia sobre a força de trabalho, ancorados, principalmente, em estratégias tecnológicas para gestão de tempo.

“Ninguém tem tempo mais de gerenciar ou micro-gerenciar outro profissional. O empregado também precisa ser o próprio gestor e essa habilidade muitas vezes está atrelada à evolução da tecnologia”, explica a especialista.

Retomada

A profissional destaca como promissoras as áreas de compliance – profissionais ligados às normas das corporações, alinhados às políticas e diretrizes estabelecidas para cada negócio – e os conselheiros de empresas, que ajudarão as companhias a retomar o fôlego com uma gestão mais segura da contabilidade. 

“Nos últimos anos, as empresas se preocuparam em resolver problemas. Agora, precisam voltar a crescer”, argumenta, acrescentando os cargos de CFO (Chief Executive Officer) e aqueles ligados aos departamentos pessoais.

“Os DPs se transformaram em locais estratégicos para os negócios. Ajudam a agregar valor às empresas. Deixaram de ser um setor meramente operacional e tornaram-se consultivos”, pontua a consultora da Upside Group. 

Nova Postura

Vice-presidente da Thomas Case & Associados – consultoria com mais de 40 anos de atuação na gestão de carreiras e Recursos Humanos, Fátima Trindade ressalta também as necessidades colocadas pelo mercado globalizado no que diz respeito à mudança de consciência profissional. Para ela, mais do que seguir tendências, é preciso que o profissional modifique a própria postura diante da nova realidade. 

“É preciso estar aberto a outras funções, sempre buscando aprender atividades, sendo praticamente um multitarefa. É importante se capacitar em outras disciplinas e cursos, mesmo que não sejam correlatos à área principal de atuação. Isso potencializa a carreira”, orienta. 

Ela enumera como áreas prósperas ciência de dados (ligada à tecnologia da informação), marketing digital, engenharia de software e ainda profissões ligadas à área comercial para novos mercados, finanças, logísticas e às descobertas direcionadas para a saúde.

“É primordial entender que devemos buscar conhecimento por meio de formação superior, de idiomas ou da atualização em cursos pontuais”, completa. 

Profissional precisa ser versátil, além de criativo

Estar alinhado, na prática, ao discurso de que a tecnologia será o caminho do mercado de trabalho em 2018 e nos próximos anos é ainda mais importante do que somente seguir tendências. Para isso, versatilidade e criatividade são fundamentais. Palavras de ordem, elas são capazes de moldar o perfil profissional, até mesmo daqueles cuja área de atuação em nada tem a ver com a nova ordem tecnológica. 

“O principal, além do conhecimento técnico, são as competências pessoais. Em primeiro lugar, é preciso se atualizar constantemente, mirando sempre o intelecto. Por outro lado, é importante também aprimorar competências e características pessoais. É preciso ter coragem para se reinventar”, define a especialista em carreiras Fátima Trindade, da Thomas Case & Associados. 

Ela reforça, ainda, que não há substituição de profissões no mercado, mas a retomada de determinadas áreas em formato diferente, mais inovador.

“Profissionais que não atuam diretamente com tecnologia não precisam temer que a carreira seja extinta, mas precisam ter em mente a maneira como podem usá-la a seu favor. Para isso existem as redes sociais, Skype, LinkdeIn. Ter networking é fundamental”, afirma.

“Quem souber falar de tecnologia, e mídias digitais será mais valorizado”, Fernanda Nogueira - Headhunter

Além disso:

Quem quer aproveitar o ano novo para engordar a renda pode apostar em trabalhos como freelancer, que repetem a fórmula dos empregos formais: investir em tecnologia. Cofundador da Workana, plataforma de trabalho freelance com atuação em toda a América Latina, Guillhermo Bracciaforte destaca atividades ligadas ao desenvolvimento de aplicativos móveis, marketing online e design de infográficos como o “quente” de 2018.

O motivo, segundo ele, é a forte presença das empresas na internet. “Desenvolver habilidades como autonomia, proatividade e facilidade para aprender é essencial para se manter competitivo no mercado de trabalho. A força da tecnologia comprova essa tendência. As empresas estão buscando cada vez mais estar na internet, já que o mundo está conectado”, avalia, justificando a necessidade de os profissionais seguirem a mesma lógica.

Segundo Bracciaforte, freelancers precisam se aprimorar para lidar com clientes, administrar o próprio tempo, cumprir prazos e conquistar oportunidades. Para apostar em marketing online, ele ensina, é preciso fazer cursos de marketing, pós-graduações ou MBAs. A média paga por trabalho executado nessa área é de R$ 510.

Já profissionais que desejam ingressar na área de design de infográficos devem partir do curso de design gráfico. Cada projeto rende cerca de R$ 250. Das três áreas mais cobiçadas no ano, a de desenvolvimento de aplicativos é a que paga melhor, cerca de R$ 1.800, segundo a Workana, por projeto. É preciso estudar programação mobile.Editoria de Arte

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