Turismo de Experiência

Circuito turístico 'Villas e Fazendas' reúne 12 municípios, história e muitos atrativos

Luciane Amaral
lamaral@hojeemdia.com.br
Publicado em 18/06/2022 às 06:00.
Na Fazenda Paciência, em Santana dos Montes, visitantes podem conferir também coleção de carros antigos

Na Fazenda Paciência, em Santana dos Montes, visitantes podem conferir também coleção de carros antigos

Santana dos Montes faz parte de um roteiro turístico de experiência que reúne 12 municípios: Caranaíba, Casa Grande, Catas Altas da Noruega, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Itaverava, Lamim, Piranga, Rio Espera, Santana dos Montes, Senhora de Oliveira e Queluzito. 

Algumas cidades do Circuito Villas e Fazendas já perderam muito do tempo em que bandeirantes cortavam as serras em busca de ouro, das grandes fazendas de escravos e dos causos dos tropeiros que passavam meses na estrada tocando gado e levando mercadorias.

Mas em Santana dos Montes as fazendas antigas são atração à parte. Sem ter ouro para ser explorado, o solo fértil era favorável às grandes plantações de legumes, frutas, verduras e cereais e à criação de gado, que abastecia os centros minerários da região.
Conhecer esta história pode ser uma aventura. O turista pode fazer roteiros de jipe ou de bicicleta para visitar as construções seculares, cachoeiras e riachos de águas cristalinas. 

Fazenda Paciência

Muitos casarões foram transformados em hotéis fazenda que, além de oferecer opções de gastronomia e lazer, como trilhas de bicicleta ou a cavalo, são verdadeira aula de História. O Pico da Paciência deu nome à fazenda de 1742, que pertencia ao Barão de Queluz. As instalações em estilo colonial dão uma ideia da imponência do local. 

A sede, um sobrado de dois andares, além das acomodações dos proprietários, serve como recepção, onde o hóspede é recebido em um salão repleto de antiguidades e peças de coleção. O chiqueiro foi transformado em adega e restaurante; a destilaria em cobre mostra como é feita a cachaça, e as formas de rapadura lembram como a cana era aproveitada. Há uma estrutura em pau a pique que ensina a técnica antiga das casas mais modestas. E a Pedra do Amor é onde casais apaixonados trocam promessas e compartilham sonhos.

Cada um dos 13 apartamentos homenageia personagens da história de Minas, como o poeta inconfidente Cláudio Manoel da Costa. Na gastronomia, pratos que reúnem o melhor da culinária tradicional mineira com a influência africana, servidos no fogão a lenha.

Mas há as conveniências da vida moderna, como TV a Cabo, sauna, piscinas e sauna, lago para pesca e passeio de gôndola, além de uma pista de boliche de tamanho oficial e o curioso livro mais pesado do mundo, segundo o dono da fazenda, com 7,5 toneladas e mais de 41 mil páginas.

Na propriedade em Catas Altas, Manoel e Neca criam carneiros como atividade secundária à extração de azeite. O passeio termina no Café com Roça, sítio onde o turista experimenta iguarias como umbigo de banana, costelinha com ora pro nobis, frango com caldo de fubá e angu feito com fubá de moinho d’água. É pra comer ajoelhado! E, além do cafezinho, dos doces de leite e de casca de laranja da terra, tem um chá de oliveira, que ajuda a controlar o colesterol e faz bem ao coração, garante Moacir. Visitas podem ser feitas durante o ano todo.

Além Disso

Dos 300 anos da Fazenda Papagaio só restaram as terras, a memória da família e as ruínas de antigos muros de pedra. Filha de agricultores, Cristiane Costa aprendeu desde cedo a amar a vida na roça. 

Formada em biologia e pós-graduada em sustentabilidade, foi voluntária em projetos de permacultura, voltados para a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza. Aprendeu os segredos da destilação de óleos essenciais e do cultivo de plantas aromáticas.

Esses óleos têm aplicações terapêuticas (aromaterapia) para o tratamento de sinusite, dores de cabeça e sintomas psicossomáticos, explica a empreendedora. Os princípios ativos são diluídos e podem ser usados por inalação ou tópico –na pele, em cremes, óleos vegetais.

Cristiane conta que trabalhava em uma cervejaria enquanto construía a sede, o laboratório, e desenvolvia as matrizes de alecrim, capim limão, citronela, manjericão, lavanda, melaleuca, gerânio, patchouli e outras espécies. “Já vai fazer uns dois anos que me dedico ao plantio das mudas e à destilação. Você tem que desenvolver, primeiramente, as matrizes. Depois, fazer uma grande produção de mudas – para isso eu construí um viveiro. Depois, você tem esse grande plantio e você inicia o processo de destilação”, explica a bióloga.

A propriedade tem três hectares plantados, usados na produção de óleos essenciais. Pode parecer muito, quando a gente pensa em ervas aromáticas. Mas para destilar 10 ml de óleo essencial são necessários 5 kg de plantas.

Neste ano, a bióloga começou a receber grupos (de quatro pessoas, com o custo de R$ 80 para cada uma) para visitas guiadas. Os turistas conhecem as plantas, aprendem para que serve cada tipo, como cultivá-las, como é feita a destilação dos óleos e as propriedades curativas. Muitos falam de sintomas que gostariam de tratar e ela indica qual o melhor óleo. Na saída, o turista leva de brinde um óleo essencial. 

Para os moradores da região, já acostumados ao uso dos óleos, Cristiane já prepara a diluição (normalmente prescrita por aromaterapeutas), de acordo com o que cada um está sentindo e eles só passam lá para buscar. Ela distribui os produtos e vende pela internet ou pelo Instagram, onde as pessoas também podem agendar a visita guiada.

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