De porta em porta: marcas de moda apostam em 'malinhas personalizadas' para conquistar clientes

Flávia Ivo
fivo@hojeemdia.com.br | @flaviaivo
02/08/2020 às 06:02.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:10
 (Moon/Divulgação)

(Moon/Divulgação)

As buscas pelo termo “reinventar” no Google chegaram a quadruplicar durante a pandemia – o pico foi na 3ª semana de abril –, e seguem em alta na comparação com este mesmo período de 2019. Um dos motivos foi a necessidade de criar soluções para problemas impostos pelas crises sanitária e de saúde geradas pelo coronavírus.

Na moda, segundo setor da economia que mais emprega no Brasil, os impactos foram imensos e ainda não há previsão otimista de quando tudo estará estabilizado. No entanto, algumas empresas lançaram mão de um recurso comum utilizado por abastadas butiques em um passado recente: as “malinhas” para experimentar em casa.Pexels/Divulgação

Entregas são realizadas com higienização antes e depois

O formato de negócio, em muitas delas, privilegia clientes já fidelizadas e com históricos de compras registrados. Mas novas oportunidades têm sido captadas durante este isolamento social, a exemplo da mineira Moon Eyewear – famosa por “vestir” o rosto de ninguém menos que o estilista Ronaldo Fraga.

Habituada com a venda em loja física e a presença em feiras e outros eventos, a proprietária da marca de óculos Lara Lima viu nas lentes de grau (o foco antes eram as escuras) uma chance de seguir com as atividades. “Se tornou 80% do faturamento neste momento. Vimos a oportunidade de explorar os novos conceitos da ótica on-line e do fato de experimentar no conforto do lar, convertendo tudo em uma vantagem e não um novo problema”.

Como as lojas da Moon ficam em shoppings e galerias, mesmo estando configurada como ótica, segmento que está autorizado a funcionar por ser considerado essencial, não foi possível abrir. Moon/Divulgação

Até 32 modelos de óculos podem ser enviados ao cliente da Moon

A empresária diz que essa mudança compensou por ter mantido o fluxo de caixa e, mais que isso, por ter conquistado novos clientes, apesar de apontar que foi cansativo mudar o percurso traçado para 2020 de uma hora para outra e implantar toda uma nova logística.

“O cliente conversa com nosso time sobre a necessidade, envia a receita e seleciona algumas peças por foto. Iniciamos a montagem da pasta que, neste momento, já está higienizada, colocamos os óculos escolhidos e/ou similares. Podemos enviar até 32 peças. Todo serviço é sem custo se o cliente efetuar alguma compra, caso contrário, tem uma pequena taxa de logística”, explica Lara.

Saída

O fechamento da loja física no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de BH, fez também as sócias Clarisse Chaves e Joana Melo, da multimarcas Identhidade, à reinvenção. “Depois de algum tempo fechadas, decidimos focar em vendas consignadas para pelo menos pagar nossos custos mensais”, conta Clarisse.

Há mais de 15 anos no mercado da moda feminina, a fidelização de clientes colaborou, e muito, para este momento. “Fazemos uma seleção das clientes por semana, geralmente duas por dia, com manequins diferentes. Aí, montamos uma sacola personalizada, de acordo com manequim e estilo da pessoa, e fazemos produções direcionadas, dentro do gosto de cada uma. As vendas são mais pontuais, mas geralmente todas clientes que enviamos nos prestigiam de alguma forma, todas têm muito carinho por nós”, detalha Clarisse.

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