(Lucas Prates)
No clipe de “Que tiro foi esse?”, música cotada para ser o hit do Carnaval, a batida do funk chama tanto a atenção quanto os seios fartos da cantora Jojo Todynho. No auge do sucesso, a carioca de apenas 20 anos se orgulha e faz questão de exibir o busto tamanho 58. No entanto, diferentemente da funkeira, seios grandes são sinônimo de vergonha e incômodo para muitas mulheres. Há casos em que os prejuízos são tantos que a solução é uma só: a cirurgia de redução das mamas.
A bancária Fabiana Alves, de 27 anos, não aguentava mais os desconfortos causados pelo volume dos seios. “Eu deixei de usar algumas roupas, não conseguia colocar biquíni, tinha a maior dificuldade para comprar sutiãs”, explica. Mas, quando o assunto mexeu com a autoestima, ela decidiu: faria a cirurgia de qualquer forma.
A busca por um médico no qual confiasse e o acerto das contas fizeram parte do processo que teve um final feliz em 2014. “Fiquei completamente satisfeita com a cirurgia. Hoje, tenho total liberdade para usar a roupa que quiser”, celebra.
Para a professora aposentada Márcia Diniz Vasconcelos, de 63 anos, a redução do busto foi a realização de um sonho de adolescência. “Tive filhos, amamentei e tudo isso prejudicou muito o peito, que já era grande”, relata.
Assaduras debaixo dos seios e afundamento dos ombros foram pontos cruciais para que ela optasse pela intervenção. “Não dava mais para aguentar, nem esperar”, desabafa a aposentada que operou em 2013.
Expectativas
Depois de tomada a decisão pela mamoplastia redutora, é hora de buscar um profissional e iniciar o processo pré-cirúrgico. A primeira etapa, já no consultório, é o momento da quebra de algumas expectativas.
“As mulheres chegam aqui querendo o peito de fulana, o tamanho de ciclana… Os corpos são diferentes e, no primeiro momento da consulta, precisamos dar um choque de realidade nas pacientes”, explica o cirurgião plástico Alexander Nassif.
Neste momento, são esclarecidos os perigos da intervenção e cuidados pós-cirúrgicos. “A mamoplastia redutora é uma cirurgia complexa. Necessita anestesia, internação e cuidados depois do procedimento”, destaca o médico.
A operação retira gordura, glândula mamária e pele. A quantidade depende do tamanho dos seios e de quanto a paciente quer reduzir.
Em alguns casos, há o reposicionamento da aréola mamária e algumas intervenções para que o seio pareça mais empinado. Nem sempre há a necessidade de colocar prótese. “O silicone é a falsa ideia de um peito firme. O que envolve a prótese é a pele e ela, assim como qualquer parte do corpo, sofrerá as ações do tempo e da gravidade”, diz Alexander Nassif.
Uma confusão comum nos consultórios diz respeito à obesidade. Algumas pacientes estão com o seio grande por excesso no corpo. “É preciso alertá-las que a cirurgia não vai resolver o problema”, esclarece a diretora da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional Minas Gerais (SBM-MG), Thaís Paiva Moraes.
Adesão à prótese de silicone por adolescentes exige cuidado
Enquanto umas querem tirar, outras buscam pelo aumento dos seios. Mas, mesmo que a paciente não tenha nenhuma restrição médica para aderir às próteses de silicone, fazer a intervenção exige cuidados. Para as adolescentes, por exemplo, realizar uma cirurgia para a colocação de implante mamário com idade precoce pode atrapalhar o resultado.
“Até os 18 anos, os seios ainda estão se desenvolvendo. Se a adolescente colocar o silicone antes disso, corre o risco de ter, com o passar dos anos, um peito com o qual não se identifica”, detalha a diretora da SBM-MG, Thaís Paiva Moraes.
A dica para os pais que querem agradar as filhas com o procedimento é ir instigando as adolescentes a avaliarem o real motivo de elas não gostarem dos seios pequenos e o que a prótese trará de melhorias para a autoestima.
“Precisamos lembrar que qualquer intervenção cirúrgica precisa ser muito bem avaliada. É uma alteração permanente no corpo. O paciente precisa ter certeza do que quer”, finaliza o cirurgião plástico Alexander Nassif.