Detox permanente: livrar-se de toxinas melhora o humor, a memória e até reduz infecções

Patrícia Santos Dumont
16/06/2019 às 06:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:05
 (Riva Moreira)

(Riva Moreira)

Enfiou o pé na jaca? Faz um detox”. É nesse contexto que, geralmente, encontramos a palavra, ligada quase sempre à vontade de enxugar a silhueta. O que poucos sabem é que desintoxicar o organismo vai além de ambições estéticas. Desânimo, mau humor, falta de memória e de atenção ou infecções recorrentes são alguns dos sinais de que há algo de errado por dentro e não somente por fora do corpo.

“Não é o que a gente come, mas o que consegue digerir. Muitas vezes, além das toxinas que o mundo oferece, mantemos uma vida pouco saudável. Com o tempo, esses tóxicos se instalam em algum lugar do corpo e sujeitam o organismo a disfunções e desequilíbrios”, explica a coach e terapeuta de saúde emocional Xanda Fogaça

À luz do ayurveda – metodologia indiana milenar, base dos atendimentos da profissional –, alguns hábitos mantidos por nós, ocidentais, também são cruciais para prejudicar o funcionamento do corpo. O principal deles, segundo ela, é alimentar-se de três em três horas. 

“Existem hábitos que, para o ayurveda, são absolutamente inflamatórios. Comer quando não se tem fome é o principal, assim como misturar muitos nutrientes na mesma refeição”, detalha, desmistificando a ideia do prato colorido. “Quanto menos refeições num dia, mais oportunidade o corpo terá para trabalhar em outros processos que não o digestivo. Quanto mais simples o prato, mais simples a digestão”, resume. 

Para ajudar quem deseja manter o corpo em estado de detox permanente, Xanda criou um programa para promover um equilíbrio sistêmico. Cultivar boas emoções faz parte do pacote. “Muitas vezes, a limpeza foi feita organicamente, mas a pessoa tem uma programação mental tão forte que não a deixa perceber a nova dinâmica do organismo. Retoma hábitos e intoxica de novo”. Riva Moreira

"Além de atuar sobre flexibilidades emocional e física, a yoga trabalha uma das coisas mais importantes, que é a respiração" - Xanda Fogaça, coach e terapeuta de saúde emocional

Individualização 

Especialista em medicina chinesa, Fábio Provinciali usa raciocínio parecido. Segundo ele, embora existam alimentos naturalmente intoxicantes para todos, há nutrientes indicados para cada pessoa. “Cada organismo tem uma resistência às toxinas alimentares, que varia conforme a capacidade energética de defender-se contra o que chamamos de calor tóxico. Alguns são mais, outros menos tolerados, daí a importância da individualização”, diz.

Segundo o profissional, remover o calor tóxico ingerido com os alimentos ajuda no funcionamento dos sistemas respiratório, circulatório, digestivo e excretório, evitando, assim, a necessidade de desintoxicações pontuais às quais estamos acostumados. “Facilita não só a eliminar toxinas, como aumenta a defesa do corpo”. 

Irritabilidade, mau humor, insônia ou sonolência excessiva, alergias de pele e indigestão estão entre alguns dos sintomas clássicos elencados pela medicina chinesa para resumir um corpo intoxicado. Para esses casos, a receita consiste em individualizar o plano alimentar. Riva Moreira

"É possível prevenir um detox estabelecendo bons hábitos, em especial alimentares, conforme a constituição energética e o momento de vida em que se encontra" - Fábio Provinciali, especialista em medicina chinesa


Processo fisiológico 

Diretor da Clínica Penchel, em BH, o nutrólogo Lucas Penchel vai além. Segundo ele, a destoxificação do organismo é um recurso fisiológico realizado fundamentalmente por sistema linfático, rins, fígado e intestino e que depende de vitaminas e minerais presentes no corpo. “Zinco, selênio, magnésio, vitaminas C e do complexo B e alguns aminoácidos”, cita.

Segundo o nutrólogo, o consumo excessivo de industrializados, por meio dos quais são ingeridos metais pesados e substâncias químicas, ajuda a adoecer o corpo. Dependendo da pessoa, uma simples mudança no estilo de vida resolve. Para outras, são indicados tratamentos orais, destoxificação renal, linfática, intestinal e hepática.Eric Souza/Divulgação

"Dependendo da pessoa, uma mudança de estilo de vida já contribui para a desintoxicação. O problema é que a maioria não muda hábitos, não tira o fator causador" - Lucas Penchel, nutrólogo

Coordenadora do curso de Nutrição das Faculdades Kennedy, a nutricionista Natália de Carvalho Teixeira também chama a atenção para sinais que o corpo dá, sobretudo por meio da pele e da saúde intestinal. “O intestino nos dá uma resposta muito boa, pois é exatamente ele que fará a remoção de toxinas”, explica. A dica da doutora em Ciência de Alimentos é caprichar no consumo de fibras e na ingestão de água.Editoria de Arte

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