Em boas mãos: vai sair de férias e deixar o pet? Veja opções de hospedagem confortável e segura

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
14/07/2017 às 09:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:33
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Quem tem animal de estimação sabe que com a chegada das férias surge logo o dilema: levar ou não o bichinho junto? Pensar no tempo de viagem, no conforto do trajeto e pesquisar locais que são amigáveis são considerações feitas antes de embarcar com o pet na mala. Deixá-los para trás, porém, é muitas vezes a escolha mais acertada. A parte boa é que não faltam opções de hospedagem segura e, ao mesmo tempo, confortável. 

Já tradicionais, os hoteizinhos vêm sendo reconfigurados com o passar do tempo e, agora, no lugar das gaiolinhas que mantinham o animal preso, ganham áreas livres, que oferecem a possibilidade de interação entre os hóspedes. 

Na Matilha Real, no bairro Barroca, região Oeste de Belo Horizonte, só os mais velhinhos são mantidos em área exclusiva e sob cuidados especiais. Os demais ficam soltos, monitorados, e além de alimentação na hora certa, brincam e participam de atividades interativas e de enriquecimento ambiental. Tudo para mantê-los livres do tédio e do estresse de estarem longe dos donos.

Na hora de dormir, para não incomodar um ou outro, é feita uma separação por nível de energia e afinidade.

O buldog francês Graham, de 3 anos, virou mascote do hotel há cinco meses. “A dona dele mudou para Lisboa e, enquanto não pode levá-lo, ele fica com a gente”, conta a sócia-proprietária do espaço, que também é creche, Ana Beatriz Monteiro de Moura Esteves. No mês que vem, ela embarcará o pet para o novo país.

Indiferente de raça ou porte, o preço médio da diária é R$ 60.

Na Grande BH, em Vespasiano, o Ecoville Pet Hotel tem serviço parecido. Lá, os animais, que para serem aceitos precisam ser minimamente sociáveis, passam o dia juntos em uma extensa área verde de 5 mil m². O local recebe até 60 cães por vez e a hospedagem custa R$ 39 ou R$ 69, conforme o porte.

Em domicílio

Para quem prefere deixar o filhote no conforto do lar, a opção é o serviço de pet sitter ofertado por Fernanda Falci, da Deixa Que eu Cuido, de BH. Além da visita propriamente dita, o trabalho inclui passeios – se o dono assim desejar –, um tempo de interação com o animal e facilidades como recolhimento de correspondência e regar as plantas da casa.Lucas PratesPET SITTER - Fernanda Falci usa o amor pelos bichos a favor da profissão; Domenica (no colo) e a irmã Regina são clientes há três anos e a visita a elas inclui passeios na Praça do Papa

“Primeiro vou à casa do cliente e faço uma anamnese completa, incluindo histórico de saúde do animal, rotina alimentar, como ele reage a estranhos e o que fazer em situações inesperadas”, detalha. 

As visitas, trabalho de Fernanda há cinco anos, duram de 45 minutos a duas horas, ao gosto do freguês. São atendidos cães e gatos.

Só para gatinhos

Eles são geniosos, detestam ser incomodados fora de hora e perdem completamente a esportiva quando são retirados do lar. Manter o bem-estar dos gatos é definitivamente uma questão a ser considerada na hora da viagem de férias ou passeio no fim de semana. Mas também há opções de atendimento só para eles.

A farmacêutica e cat sitter Mariana Portugal, dona da Anjos Felinos, em Belo Horizonte, é especializada em cuidar dos bichanos no aconchego da casa deles. O serviço inclui visitas em horários pré-estabelecidos, tempo para brincadeiras, limpeza de caixa de areia, reposição de água e comida e cuidados especiais, contratados à parte, como administração de remédio e consulta com veterinário. A diária, de R$ 55 e R$ 70, varia conforme o bairro. Ela também usa uniforme e crachá com identificação.Lucas Prates

CAT SITTER - Mariana Portugal (direita) cuida de Tróia sempre a "mãe" da pet, Rosane, precisa viajar; serviço é feito na casa da gatinha, para evitar estresse e traumas

“Ainda é um serviço que está sendo descoberto, mas quem conhece não troca por outra coisa”, garante Mariana, que em alta temporada chega a atender de 15 a 20 gatos por dia. Para facilitar a vida de quem escolhe o tratamento VIP e oficializar a prestação do serviço, Mariana assina contrato e pode até ficar com uma cópia da chave da casa do cliente. O documento inclui toda a rotina do animal e os desejos do dono, quanto a horário e tipo de atendimento contratado.

“No início do ano, viajei para o exterior e ela ficou sete dias com os gatinhos. Quando voltei, nada havia mudado, parecia que eu nem tinha saído de casa”, conta a secretária-executiva Rosane Favaro Medes, “mãe” de Tróia, de 2 anos, e Aramis, de 3.

‘Babás’ também recebem hóspedes no conforto do próprio lar

Quem prefere deixar o pet aos cuidados de pessoas que declaradamente também amam ficar com animais pode contar com a facilidade de entregá-lo na casa de uma babá. Isso mesmo. Somente em Belo Horizonte são mais de 400 anfitriões de cães e gatos – profissionais cadastrados no app Dog Hero e que têm, na maioria dos casos, o ofício como profissão. 

O “negócio” é simples. Basta escolher no site da plataforma ou no aplicativo para smartphone o perfil que mais agrada, baseado nas facilidades oferecidas, tais como companhia 24 horas, permissão para subir no sofá e dormir na cama, dentre outras, e marcar um encontro anterior à hospedagem para que as partes se conheçam e avaliem se há e qual o grau de afinidade entre ambos.

A estudante de odontologia Milena Nascimento Soares Amaral, de 23 anos, por exemplo, é mãe de aluguel há quase um ano. Na casa dela, não há mês sem pelo menos um hóspede. Os cães, avisa, têm aval para se tornar donos da casa pelo tempo que durar a hospedagem. “Como moro em república, não tinha condição de ter um animal próprio, então é como se eu pegasse um emprestado toda vez que recebo um hóspede”, brinca. 

Preço honesto

O preço da facilidade, que num primeiro momento pode espantar o possível cliente, é bastante honesto se comparado aos outros serviços do mesmo tipo.No caso de Milena, as diárias partem de R$ 30. Mas tudo é combinado. 

A enfermeira Débora Carolina Lopes, de 31 anos, destaca não só a comodidade de saber que o animal está em boas mãos, mas a “vigilância” 24 horas que a deixa mais tranquila quando está fora de casa e, portanto, com os olhos longe da pincher Kika, de 13 anos. 

“Além de supercarinhosa, a Milena manda fotos e vídeos o tempo todo para que eu fique bem tranquila e por dentro de tudo o que acontece com a Kika. Ela também passeia, leva ao veterinário e administra medicações quando é necessário”, detalha a cliente, para quem o serviço é a opção número um. 

Desde 2014, a Dog Hero conecta pais de cachorro a “babás” que abrem as casas para hospedar os animais. Atualmente, a plataforma reúne mais de 10 mil anfitriões em 650 cidades brasileiras, desbancando, inclusive, a Argentina, onde o app foi lançado, e onde há mais de 200 prestadores do serviço.Divulgação

DOG HERO - App disponibiliza lista de anfitriões dispostos a dar amor e carinho a cães e gatos; preços partem de R$ 30, mas variam conforme o prestador do serviço

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