Faça você mesmo: cultura maker coleciona adeptos e garante 'marca própria'; veja dicas!

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
11/10/2017 às 16:15.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:11
 (Flávio Tavares, Arquivo Pessoal e Maurício Vieira)

(Flávio Tavares, Arquivo Pessoal e Maurício Vieira)

como preferir – vem arrebanhando adeptos. É gente que faz do “botar a mão na massa” mais do que força de expressão, mas fonte de economia, terapia alternativa contra o estresse ou caminho mais curto para realizar os próprios projetos. 

Seja transformando um objeto quebrado ou sem uso, seja repaginando um móvel velho ou construindo algo, o que importa mesmo é eliminar a interferência de terceiros ou, melhor, usá-la somente quando o objetivo for reunir inspirações.

Em Belo Horizonte, a criativa Adriane Ribeiro Carvalho Coelho, de 33 anos, acabou conhecida nas rodas de amigos pela habilidade para trabalhos manuais. “Todo mundo fala que sou pau para toda obra. E se alguém precisa de algo, faço com o maior prazer”, avisa.

Das criações que saíram de dentro de casa estão uma mesinha feita com tampo encontrado num “ferro-velho” e pé de máquina de costura e uma jardineira – “herdada” pela mãe – de pallets. 

A mais nova empreitada da moça, no entanto, teve uma mãozinha virtual, revela Adriane, que ensaia abrir uma empresa de decoração para festas. “Baixei um aplicativo e fiz sozinha o projeto de decoração do meu apartamento novo. Queria que fosse do meu jeito. Gosto de resolver minhas coisas”, diz, ansiosa pela mudança.Flávio TavaresAdriane já fez jardineira de pallet, customizou letras para um casamento, construiu mesa com pé “reciclado” e o mais recente "empreendimento" é o projeto de decoração da casa nova

A seu tempo e gosto

Gostar de fazer tudo no próprio tempo e conforme o gosto pessoal é também o que motiva a empresária Caroline Kerbidi, de 32 anos, a criar o que deseja ter. Em cada canto do apartamento dela, que é de BH, mas vive no Rio de Janeiro com o marido e a filha de 3 anos, um carimbo especial, totalmente personalizado. 

“Customizei uma geladeira velha e transformei em armário, pintei algumas paredes da casa de forma bem diferente, reformei uma cadeira de corino que estava bem gasta e ficaria cara se fosse pagar o conserto e também costumo fazer meus colares”, enumera, tentando resumir a lista.Arquivo PessoalCarol reformou uma geladeira usada e as cadeira velhas do escritório e deu cara nova ao home-office, que tem as paredes criativamente pintadas; mineira também costuma fazer os próprios acessórios

Quando pinta uma dúvida, ela entrega: recorre à internet. Aliás, é o mundo virtual um dos grandes responsáveis por alimentar a “geração maker”, ao lado da moda e da tendência por sustentabilidade, avalia a orientadora dos cursos de Moda do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas, Flávia Gruppi.

“Antigamente, fazer por si só era mais por uma questão de valor, por economia, e as peças tinham cara de recicladas, de peças de reaproveitamento. Hoje não. As pessoas olham e aquilo remete à modernidade, atualidade. Não é simplesmente a reciclagem, a reforma em si, mas uma terapia de certa forma, o valor de ter algo que você mesmo fez”, avalia a especialista. 

“A internet é, sim, a grande porta para essa possibilidade de criar sozinho. Mas acho que, no fundo, tem mais a ver com a personalidade da pessoa, porque o conteúdo está aí para todo mundo.

Ainda que tenha muita gente fazendo, é o tipo de coisa que faz mesmo quem gosta de verdade” - Caroline Kerbidi - faz tudo o que deseja e está prestes a abrir grife de roupas

pode virar ofício e render grana extra

De um lado, uma exímia bordadeira, que herdou o talento da mãe e da avó. Do outro, uma admiradora da arte de criar com as mãos, que planejava um negócio próprio. Amigas que se encontraram para transformar a habilidade de produzir bolsas, acessórios e roupas customizados numa forma de ganhar dinheiro. Assim nascia a Anja Serafina, grife belo-horizontina lançada há duas semanas.

Formada em relações públicas, Laura Barreto, que atualmente trabalha como hostess do Atmosphera Mocca Coffee and Meals, em Nova Lima, na Grande BH, é a parte da dupla que precisou aprender o dom do “faça você mesmo”. Em um mês, graças aos inúmeros tutoriais disponíveis na internet, tornou-se expert em manejar agulha e linha. Foi também em tempo recorde que ela e a amiga, Berta Birsmarker – dona da marca de acessórios de noiva que leva o nome dela –, prepararam o acervo do negócio novo: cerca de 50 peças, dentre carteiras, bolsas e jaquetas personalizadas. 

A ideia é que a cliente leve para casa um produto totalmente exclusivo, com cara de que foi feito por ela mesma. “Reutilizamos fechos, botões, retalhos, tudo para criar peças 100% customizadas, com a personalidade de cada cliente”, enfatiza Laura, reforçando a ideia da bordadeira-nata, Berta Bismarker. “Assim como já acontece no meu trabalho com as noivas, na Anja criamos, recriamos e customizamos no formato que elas desejam”, diz. Maurício VieiraAs amigas Laura Fonseca e Berta Bismarker transformaram o gosto pelas atividades manuais de bordado e personalização na grife Anja Serafina de bolsas, carteiras e jaquetas

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