Faroeste fashion: clima western invade passarela da São Paulo Fashion Week

Flávia Ivo (*) / Enviada Especial
fivo@hojeemdia.com.br
27/10/2018 às 06:00.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:27
 (Agência Fotosite/Divulgação)

(Agência Fotosite/Divulgação)

SÃO PAULO (SP) – Muitas franjas, recortes em camisaria, fivelas, belt bags, tons terrosos e o uso do couro. Da literalidade às reinterpretações, o mood western dominou várias coleções Outono-Inverno 2019 na 46ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW).

A tendência já vinha dando as caras em temporadas passadas tanto no Brasil quanto fora. Desta vez, veio com leitura tão comercial que parece impossível não pegar.

A maior semana de moda do Brasil começou no último domingo e terminou nessa sexta-feira, na capital paulista, sob o tema “Transposição” e em novo espaço – o ARCA, galpão industrial revitalizado e que deverá abrigar o evento até o fim de 2020.

“O mundo, as relações, as plataformas estão mudando, as pessoas buscam um novo caminho. E assim foi com o evento, entrou em uma nova fase. Neste formato, cada desfile aconteceu do seu jeito. Liberdade de expressão e criatividade são genuínas e pertinentes para a moda, já que a roupa é um instrumento”, afirmou Paulo Borges, diretor criativo da SPFW.

Já no desfile de abertura, da marca Lilly Sarti, animal print para todos os gostos, com zebras, onças, cobras e leopardos, chapéus de cowboy no styling, lenços no pescoço envoltos em franjas, item que também apareceram na camisaria. Ou seja, um conjunto faroeste para não colocar defeito.

Pode-se dizer o mesmo da coleção da paulista Bobstore, que tem mais de 20 anos de história, mas só estreou na passarela da SPFW nessa edição. Assinada pelos criativos mineiros André Boffano (também da Modem) e Sam Santos, a grife levou à passarela muito couro e camurça em camisas com golas pontudas e aplicações, tricôs com franjas e mantas fazendo vezes de ponchos laterais. A dupla se baseou na arte da pintora norte-americana Georgia O’Keefe para criar o Outono-Inverno 2019 da marca. 

Tudo bem comercial, fazendo jus à penetração que a marca tem no mercado de moda. “Nesse trabalho, identificamos que a mulher que a grife representa sempre esteve ligada à elegância e a um afeto que a cliente procura em nossas roupas”, contam os diretores criativos.Fotos Agência Fotosite/Divulgação

Da esquerda para direita
Bobstore: na produção, manta é posta sobre blusa criando espécie de “poncho” lateral; João Pimenta: proposta do estilista, que costurou com algodão, teve calça com pegada faroeste; Modem: a marca mineira também usou tons terrosos, que remetem ao clima western; Lilly Sarti usou todas as referências juntas em um só look

Perfume

A Modem, comandada por Boffano, também bebeu na fonte da arte para criar essa coleção. As estampas foram inspiradas no trabalho do arquiteto e designer contemporâneo Rodrigo Ohtake, que assinou a cenografia da sala de desfiles, contando com tapeçaria.

Na marca mineira, o western apareceu apenas como um “perfume”, pontuando algumas referências como as franjas e recortes em camisas e saias. Cores como cáqui, marrom e verde complementam a atmosfera bangue-bangue.

Outro estilista que apresentou um toque cowboy na criação foi João Pimenta, que contou com tecidos da mineira Cedro Têxtil por meio do Movimento Sou de Algodão, da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), na produção. A coleção não contou com sintéticos, zíperes, botões ou aviamentos.

“A Cedro é 100% nacional e faz todo o sentido nos aproximarmos das mentes criativas da moda, com pessoas capazes de estabelecer uma linguagem muito própria. Temos o interesse de estar junto a elas”, destaca Eduardo Paixão, estilista da Cedro Têxtil.

(*) Viajou a convite da São Paulo Fashion Week. A cobertura do evento pelo Hoje em Dia é um patrocínio da Ypslon Atacado

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