"Final Fantasy VII" e a mágica do Memory Card

Marcelo Ramos
19/06/2019 às 16:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:11
 (Square Enix)

(Square Enix)

O remake de “Final Fantasy VII” enfim tem uma data de lançamento. A estreia foi anunciada na E3, que aconteceu semana passada em Los Angeles e já até figura na PSN para pré-venda, ao preço de R$ 249 para PS4. Segundo a empresa, ele chega em 3 de março de 2020. Um pouco mais de espera, para quem já rói as unhas pelo game há quatro anos.

Publicado originalmente em 1997, o game é considerado um dos melhores RPGs de todos os tempos. Em 2015, o estúdio japonês anunciou, na E3, uma reedição. Posteriormente confirmou que seria um remake. Totalmente novo, com jogabilidade aprimorada, mas fiel à narrativa original. É mais ou menos o que a Capcom fez com “Resident Evil 2”, que é preciso dizer que ficou excelente.

Evolução do RPG
Mas discorrer sobre como será o game é fazer previsões levianas. E contar o fim é maldade com quem não jogou o original. Mas fato é que “Final Fantasy VII” foi o ponto alto do desenvolvimento de games de longa duração. Evolução que surgiu da carência de recursos técnicos dos consoles. 

Nos anos 1980 e início dos 1990, games para computador se diferenciavam dos de console pela capacidade de salvar o progresso do jogo. Essa façanha permitia que jogadores pudessem se aventurar em games de longa duração como “The Secret of Monkey Island”. O jogador poderia jogar por horas e, quando se cansasse, clicava no botão Save e pronto. Poderia voltar minutos mais tarde ou até mesmo anos mais tarde que o jogo estaria esperando. 

Já quem jogava em consoles, caso quisesse finalizar o game, tinha que ir do início ao fim numa tacada só. Quem zerou “Super Mario 3” sabe bem o que é isso. 

Nos consoles, um paliativo para que o player pudesse continuar o jogo de onde parou eram os passwords, códigos pré-definidos ao fim de fases. Ajudavam, mas não davam liberdade ao jogador para salvar quando quisesse. A solução foram as baterias (embutidas nos cartuchos). Elas mantinham os dados preservados, mesmo com o videogame desligado. Títulos como “Phantasy Star” e “Chrono Trigger” eram dotados de tal capacidade. 

Mas a grande sacada ocorreu em 1995, quando a Sony lançou junto com o PlayStation o Memory Card (o avô do pen drive). Um cartuchinho que permitia salvar vários games, uma vez que não era possível alterar os dados do CD-ROM. 

Assim, a combinação do CD, com o cartão de memória, tornou possível um dos melhores jogos de todos os tempos.

Maratona
Finalizar “Final Fantasy VII” demanda paciência. Lembro que foram exatos 28 dias para iniciar a aventura do herói Cloud e chegar aos créditos. Isso lá em janeiro de 1999.

Como todo RPG, “Final Fantasy VII” era repleto de falas, mas tudo era muito moderno. Os episódios anteriores, publicados para Nintendinho e Super NES, tinham visão chapada. Já o game publicado para PSOne tinha cenários em profundidade com câmera fixa, como em “Resident Evil” (original). Eram gráficos detalhados, com efeitos de luz bem interessantes, mas eram estáticos, com personagens e elementos móveis poligonais. Isso permitia criar efeitos de movimentação mais realista, assim como dar a sensação de afastamento quando o personagem caminhava ao fundo do cenário. Visualmente era uma solução incrível.

A jogabilidade seguia o padrão de qualquer RPG criado para consoles. Os combates eram em turnos (como na foto acima). O jogador selecionava a ordem de quem atacava primeiro e também quais golpes iriam aplicar. 

Essa combinação de lutas, diálogos e exploração de cenários surrealistas prendia a atenção do jogador. Até você se dar conta que já se passaram 28 dias.

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