Formas geométricas ajudam a falar de relacionamentos de um jeito diferente

Iracema Barreto
ibarreto@hojeemdia.com.br
08/09/2017 às 16:49.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:28
 (Reprodução)

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Vivemos tempos difíceis. Falta emprego, sobra corrupção. A violência alimenta o medo, que por sua vez limita os passos, ainda mais quando se está (ou se sente) sozinho. Em tempos assim, ter um bom amigo por perto pode ser a diferença entre o riso e o choro. E não importa se é triângulo, círculo ou quadrado, desde que seja um bom amigo. Mas o que figuras geométricas têm a ver com essa conversa?

Ora, já concordamos que amigos são fundamentais. Sendo assim, que importam a forma, a cor, o credo, a opção sexual, a região geográfica e mais um monte de limitação que muita gente de alma limitada estabelece para os relacionamentos?

A amizade pode se manifestar de muitos jeitos. Na obra infantojuvenil “Claro, Cleusa. Claro, Clóvis (Editora Brasil)”, a escritora, ilustradora e designer gráfico Raquel Matsushita substitui os tradicionais personagens das histórias por figuras geométricas.

A linguagem visual criativa e lúdica é um grato e curioso convite ao leitor para que imagine novas formas de construção de desenhos e, claro, de diferentes relações que a amizade proporciona. Basta se dispor a cultivá-la, sem preconceitos, sem freios.

O livro de poucas páginas, mas muito conteúdo, se passa num ambiente escolar e conta a história de dois amigos – ela, um triângulo; ele, um quadrado – que fazem tudo juntos, numa parceria que rende muitos frutos, ou melhor, várias outras divertidas formas geométricas.

A chegada de um círculo, porém, gera ciúmes, desconfiança, medo, rejeição, exclusão. Afinal, como aquela nova figura vai achar morada nessa relação já tão, digamos, “encaixadinha”? Quando Cleusa se permite dar espaço ao outro, mesmo diferente, mais uma amizade nasce.

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