Jogamos 'Mortal Kombat 11: Ultimate', que coloca Rambo e Exterminador para medirem forças

Marcelo Jabulas
@mjabulas
27/11/2020 às 19:21.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:09
 (Warner Bros)

(Warner Bros)

Não sei se já escrevi aqui sobre quando vi “Mortal Kombat” pela primeira vez. Foi numa revista de games, durante uma viagem de BH para Patos de Minas, em dezembro 1992. Aquelas imagens “realistas” me deixaram chocado. Meses depois, pintou uma máquina com “MK” no boteco do Boyzão, um sujeito boa praça que tentava a sorte numa antiga lanchonete de esquina, na rua Campos Sales, no bairro Gameleira.

O boteco se tornou o Éden da molecada que ficava o dia todo pendurada diante daquele fliperama. A turma curtia jogar com o Scorpion, pois era fácil de usar o golpe do arpão e aplicar o fatality (defesa e dois toques para cima), que fazia o personagem cuspir fogo. 

Mas bom mesmo era finalizar com Sub-Zero, que arrancava crânio e espinha, ou Kano, que puxava o coração do oponente com as unhas. Era o barato daquela meninada que cresceu assistindo a filmes de terror e ação no VHS.

De lá para cá são 28 anos. A franquia evoluiu bastante e agora chega “Mortal Kombat 11 Ultimate”, versão definitiva da edição mais recente do game, lançado em 2019, que agrega todas as expansões lançadas até então. E o grande barato é que ele volta justamente no passado. O game adiciona os personagens Rambo e Terminator Model T-101, que são os caras mais cascudos dos anos 1980 e meados dos anos 1990. 

Isso sem falar que o game ainda conta com o Coringa, Spawn e o Robocop. O policial do futuro é outra lenda na cultura pop oitentista. Ou seja, de uma única fez, “MK Ultimate” ativa um gatilho na memória de quarentões como eu, que cresceram decorando as falas desses grandalhões. E o melhor, muitas dessas pérolas são reproduzidas no início e final de lutas.

O exterminador tem uma finalização que repete a cena dele retirando a escopeta da caixa de rosas - quando ele finalmente encontra o menino John Connor, num fliperama de shopping, em “O Exterminador do Futuro II: O Dia do Julgamento”. Assim como a clássica cena de Rambo fincando sua faca a milímetros da fuça de Murdoch, em “Rambo II: A Missão”. Quem viveu aquela época sabe o que significa. 

Por outro lado a molecada da nova geração, como meu filho de 10 anos (que já foi construtivamente iniciado em “Rambo”, “Exterminador”, “Alien”, “Grande Dragão Branco” e “Robocop”), esses veteranos não empolgam tanto. Para eles, personagens tradicionais da série (com suas novas indumentárias) são bem mais atrativos. 

E faz sentido, a cada episódio os lutadores ficam ainda mais sofisticados. Além disso, existe a possibilidade de customizar os lutadores, desbloquear vestimentas e armas, o que faze com que a galerinha busque um visual exclusivo para seus guerreiros. 

No dia 24, inclusive, a Warner liberou um pacote com o visual dos personagens do filme de 1995, com direito ao rosto de Christopher Lambert, que interpretou o Raiden, assim como Linden Ashby Que (Johnny Cage) e Bridgette Wilson (Sonya Blade). 

Jogabilidade

Bom, mas vamos parar de romance e vamos falar do jogo, em si. “Ultimate” não difere basicamente nada em termos de jogabilidade do jogo base. Mas para quem jogou Mortal lá no passado, instintivamente você irá procurar os gatilhos para fazer defesa. 

No PS4 e PS5, a defesa está no R1, que também permite aplicar golpes utilizando elementos do cenário. L1 serve para agarrar o oponente. Mas o trivial está lá: socos, chutes, ganchos e voadoras.

Muitos comandos de golpes mudaram. Aquele maroto: dois toques para trás e soco não dispara o arpão do Scorpion. A dica é tentar de tudo com todos personagens. Meia lua pra frente, meia lua para trás, dois toque pra frente, dois para trás, para baixo e para frente, ou para baixo e para trás, combinando com socos e chutes. 

Já nas finalizações há uma cola. Basta acessar o menu de customização. É possível desbloquear novos fatality. E neles há a sequência de movimentos a ser feito. Outra dica é treinar bastante com o computador, só para pegar domínio dos golpes e comandos. Entrar numa sala on-line só com vontade não vai te ajudar muito.

Último suspiro

“MK 11” tem uma barra de energia generosa, quando se compara ao jogo original, de 1992. O game também tem uma cadência mais lenta, o que permite melhor posicionamento do jogador. Mas sempre há aquele oponente que consegue iniciar uma sequência de golpes que fica difícil reverter.

No entanto, há uma solução. Quando a barra chega perto do final, surge uma opção momentânea de especial. Basta pressionar simultaneamente R2 e L2. Esse golpe poderoso é capaz de ser fatal quando seu adversário está com menos da metade da barra. No entanto, só pode ser utilizado uma vez a cada combate.

Sangue

A truculência padrão de Mortal Kombat segue como sempre. O mais legal é que as finalizações e combos dos novos personagens são carregadas de bordões e elementos retirados dos filmes. Aquele espeto que o Robocop usa para acessar o computador e também estocar nos bandidos é manuseado com direito a superclose e câmera lenta. Rambo e Exterminador também tem seus golpes preciosos. <EM>

Palavra final

“Mortal Kombat 11 Ultimate” é uma grande barato. Um game de luta moderno, mas com elementos que fazem com que jogadores da velha guarda voltem a ação. A inclusão de personagens que brilharam há 30 anos foi um fatality de marketing. Impossível não querer jogar com Stallone ou com Schwarzenegger. Até as vozes são as mesmas das dublagens. É maravilhoso. Ao mesmo tempo não há nada mais saboroso que uma finalização sangrenta como fazíamos lá por volta de 1993, no boteco do Boyzão.

Com versões para PC, PS5, PS4, Xbox Series X/S e Xbox One e Nintendo Switch, “Ultimate” pode ser adquirido como expansão para quem já tem Mortal Kombat 11, ou adquirido como edição única.

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