Jogamos o caricato 'Surgeon Simulator 2'

Marcelo Jabulas
@mjabulas
18/09/2020 às 23:37.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:34
 (Bossa Studios)

(Bossa Studios)

Games médicos existem há mais de 30 anos. Títulos como “Life & Death”, de 1988, assim como “Hospital Tycoon” e “Sim Health” são algumas dessas produções antigas que levavam os gamers para dentro de unidades de saúde. “Surgeon Simulator 2” chegou ao mercado há poucas semanas para PC, repetindo a proposta cartunesca do primeiro game. Totalmente bizarro, esse game da Bossa Studios coloca o jogador em diferentes situações em que o objetivo é realizar com sucesso procedimentos cirúrgicos. Para chegar até o paciente, o jogador precisa atravessar um caótico hospital. 

Visual

Graficamente o game tem estética mais caricata que seu antecessor. Um estilo que tem fator proposital para tornar o jogo mais debochado que realista. Apesar de bizarro, não é sanguinolento. Parece aquele antigo “Jogo da Operação”, da Estrela. 

Gameplay

Logo no começo, um tutorial dá uma mostra do jogo. Ele tem um problema sério no gameplay. A mecânica de movimento é confusa, pois o jogo tem visão em primeira pessoa, mas com a precisão de um game antigo, tal como o primeiro título de 2013. A movimentação não é boa.

O grande problema do game está na destreza de seu personagem. Algo totalmente contraditório ao que se espera de um cirurgião que deve ter mãos precisas. A chamada precisão cirúrgica. No entanto, o jogador parece que chega para operar bêbado e com sérias limitações motoras.

Pegar um objeto é algo complexo, assim como girá-lo e manuseá-lo. No game é preciso serrar membros, fazer incisões, aplicar injeções e outras tarefas corriqueiras numa sala de cirurgia. Mas a mecânica deixa tudo mais difícil.

Serrar um braço exige manter o botão esquerdo do mouse pressionado e repetir o movimento de vai e vem com o mouse. Definitivamente não é algo simples e nem confortável de se fazer. 

Mas o jogo é tosco e engraçado. Ele permite cenas bizarras como tentar fazer uma incisão e acabar “garfando” uma víscera do paciente. Arrancar uma cabeça também pode acontecer nesse show de horrores.

Modo Campanha

Para avançar para o modo campanha é necessário vencer o tutorial, o que se faz necessário. É nele que o jogador aprende a dominar os comandos. Basicamente o controle da mão é fundamental para se ter sucesso nos procedimentos. 

Com o avanço do game, a brincadeira vai ficando mais divertida. O jogador precisa explorar o cenário para encontrar seringas com sangue e coagulantes, assim como as serras, bisturis, martelos e machados. Muitas vezes para abrir caminho para chegar a órgãos como coração e pulmões é preciso apelar para força bruta. 

Nada de serrar a caixa torácica, pegue um cilindro, lata de tinta ou qualquer coisa pesada use para quebrar os ossos. Depois é só remover o órgão danificado e trocar por outro novinho. Mas fique atento pois o game impõe prazo e quantidade máxima de perda de sangue do paciente. É preciso fazer todo procedimento sem estourar os limites.

Equipe cirúrgica

Um dos pontos legais desse game é o fato [/TEXTO]de poder ser jogado de forma cooperativa. Antes de cada tarefa, o jogador pode convidar outros jogadores para participar do procedimento. Em equipe, as coisas tendem a fluir melhor, como num hospital. 

Um quebra os ossos, outro remove o órgão, e mais um aplica o coagulante. Com isso o jogador consegue completar a fase dentro do limite de tempo estipulado e o paciente perde pouco sangue.

Editor de fases

“Surgeon Simulator 2” permite que o jogador crie suas fases e compartilhe na comunidade do game. Mas é uma tarefa trabalhosa, que exige tanta dedicação como jogar o game propriamente em si. Talvez o mais divertido seja jogar nas fases já elaboradas pela galera.

Palavra Final

“Surgeon Simulator 2” é um típico game de computador dos anos 1990. Tem uma ideia boa, com mecânica imprecisa. Mas é engraçado, apesar de o timing do lançamento não ser o melhor. 

Afinal ainda vivemos num momento em que são travadas batalhas campais todos os dias em hospitais devido à pandemia, fator que pode gerar uma certa repulsa ao game.

Mesmo assim, é uma experiência curiosa e que não custa muito e nem ocupa espaço no HD. São menos de 2 GB, o que explica um pouco as limitações mecânicas do game. E seu preço parte de R$ 47. Disponível na Epic Games Store, com edição apenas para Windows.

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