Jogamos o excelente 'Lost in Random' que une 'God of War' a Giramundo e Tim Burton

Marcelo Jabulas
@mjabulas
10/09/2021 às 07:23.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:51
 (EA Origins/Divulgação)

(EA Origins/Divulgação)

O gênero Hack and Slash (combate corpo a corpo) teve seu apogeu nos anos 2000, com produções como “Devil May Cry” e “God of War”. Depois, incontáveis franquias, como “Castlevania” e “Ninja Gaiden” , ganharam representantes nesse estilo que combina visão em terceira pessoa e cenários 3D. 

Mas o que há de comum nesses games são o excesso de violência e um protagonismo predominantemente masculino. Dante, Kratos e Gabriel Belmont são alguns desses caras cascudos. E eis que em 2021 surge “Lost in Random”, que subverte toda essa lógica. Apesar de ser classificado apenas como Action-Adventure, não há como negar os elementos de Hack and Slash na forma de jogar. 

A Saga de Even

Produzido pela Zoink e distribuído pela EA Originals, o game gira em torno de Even. Ela é uma menina que inicia uma jornada para resgatar sua irmã Odds, levada pela rainha que controla a região. Com uma estética que remete às criações caricatas e estranhas do cineasta Tim Burton, assim como os bonecos do grupo Giramundo, com uma pitada de “Alice no País das Maravilhas”. 

A história emerge num reino dividido em seis cidades. Cada cidade representa um lado de um dado. O cubo é um elemento fundamental na história, como as cartas de baralho, na obra-prima Lewis Carroll.

No game, toda criança que completa 12 anos é visitada pela rainha e precisa joga-lo. O resultado indicará onde essa criança passará o resto de sua vida. Odds tirou seis e foi levada pela rainha. Mas Even não se conforma e inicia sua jornada épica em busca de sua irmã.

Visual

A trama do jogo é guiada por um narrador, como se estivesse lendo um livro. E o visual do game parece uma ilustração de livro infantil. Mas há elementos caricatos e criaturas estranhas. 

A cidade de Even tem casas em forma de bule e outras quinquilharias, que remete a história de Alice, mas sem se explícito. De acordo com o narrador, a modesta vila fora construída com lixo que caía dos navios. Assim, a estética intrigante e a “leitura da história” mantém o jogador preso ao game.

Jogabilidade

No game, Even tem a companhia de Dicey, um dado com pernas e braços que auxilia a protagonista na exploração dos cenários e nos combates. Esse carinha lembra o hilário robô Claptrap de “Borderlands”.

Dicey é fundamental para recolher pedras de poder durante as lutas. Ele também auxilia no acesso a chaves e entregar as armas mágicas para Even.

A lógica de combate é interessante. Dentro de Dicey há cartas que materializam os poderes. Para ativar os poderes é preciso recolher cristais. Estes ficam nos corpos dos inimigos. 

Para isso, Even precisa utilizar seu estilingue. Cada pedra atingida deve ser recolhida e convertida em energia. Quando a energia é completada, é possível criar temporariamente espadas, lanças, bombas e pontos de saúde.

Palavra final

“Lost in Random” estreia como uma releitura para um estilo que se perdeu por não inovar. Ao adicionar um enredo literário, com elementos fantasiosos e personagens caricatos, como num livro infantil, ela tira o foco do combate e transfere para a história.

Além disso, Even foge totalmente ao estereótipo do protagonista de um game que utiliza elementos Hack and Slash. Trata-se de uma bela produção, que consegue utilizar uma receita antiga para construir um ótimo jogo.

O game tem versões para PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S e Nintendo Switch. Seus preços partem de R$ 150.

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