Jogo do bilhão: mercado de games movimenta mais de R$ 50 bi, apenas em março

Marcelo Jabulas
@mjabulas
05/06/2020 às 23:30.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:42
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

Todo mundo já sabe que o mercado de games se tornou a galinha dos ovos de ouro da indústria do entretenimento. O faturamento do setor supera cinema e música, com uma larga folga. E durante a pandemia, momento em que teatros, salas de projeção, estúdios de gravação estão fechados, sem contar shows cancelados, a indústria de games surfa na onda o ócio.

Com mais gente em casa, os games se tornaram bons companheiros durante o período de isolamento. Segundo a Superdata, empresa vinculada à consultoria Nielsen, apenas em março foram gastos mais de US$ 10 bilhões (R$ 50 bilhões) com videogames. De acordo com a empresa trata-se do maior faturamento do setor em um único mês registrado. 

Nesse montante, 46% foram torrados com games e aplicativos para dispositivos móveis, segundo balanço da Navita, que monitora o setor mobile. Não chega a espantar, jogos para celulares arrecadam muito mais que games para consoles e computadores. E o X do mapa está justamente nas transações internas, em que jogadores comprar melhorias, itens cosméticos e uma infinidade de quinquilharias para ganhar competitividade ou apenas para manter o visual de seus personagens exclusivos. 

Para se ter uma ideia, apenas a versão mobile de "PUBG" (game que popularizou o gênero Battle Royale) faturou US$ 232 milhões em março. Em reais, o montante se aproxima de R$ 1,2 bilhão. Em segundo lugar vem o MOBA, "Honor of Kings", uma espécie de "League of Legends" para smartphones, com faturamento de US$ 112 milhões (R$ 573 milhões). Os dois jogos são da empresa japonesa Tencent.

De acordo com o relatório, cerca de 60% da cifra bilionária de "PUBG", em março, veio da China. No entanto, o gasto com jogos cresceram 64% na Europa e Estados unidos, em relação com fevereiro, quando o Covid-19 ainda não tinha alastrado para essas localidades. 

Consoles

Quando se analisa os números no segmento de consoles, as cifras são mais modestas. A razão disso está no fato de a base instalada de smartphones ser bem maior que dos consoles. Para se ter uma ideia, no ano passado foram vendidos 1,5 bilhão de telefones em todo mundo. 

Por outro lado, o PS4, console mais vendido da atual geração, acumulou 108 milhões de unidades desde 2014. Além disso, um game de smartphone é, na maioria das vezes, gratuito, enquanto os títulos para aparelhos de mesa custam de R$ 200 a R$ 450, no lançamento.

Mesmo assim, games como "Animal Crossing: New Horizons" (Nintendo Switch) foi o game (em formato digital) mais vendido da história no período de um mês, com 5 milhões de cópias. Já "Doom Eternal", lançado em março e que o leitor pode conferir no Portal HD, acumulou 3 milhões de unidades. 

Gratuito, "Call of Duty: Warzone", com versões para PC, PS4 e Xbox One teve um crescimento de 159% no número de usuários ativos. Foram nada menos que 62,7 milhões de jogadores travando partidas num gigantesco mapa. 

Outro lado da moeda

Se o faturamento de games para telefones e versões digitais para consoles foram impulsionadas pela pandemia do novo coronavírus, o setor de mídias físicas (discos, cartuchos e cartões) não tem o que agradecer. Um exemplo é a rede GameStop, um dos maiores varejistas de games dos Estados Unidos, anunciou corte de salários, inclusive de seu presidente, que teria teria de redução de 50%, numa tentativa de manter a empresa funcionando. 

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