Lançado há 30 anos, 'Fatal Fury' colocou SNK no Olimpo dos jogos de luta

Marcelo Jabulas
@mjabulas
27/11/2021 às 12:05.
Atualizado em 08/12/2021 às 01:09
 (SNK/Divulgação)

(SNK/Divulgação)

No fim dos anos 1980, o sucesso dos videogames domésticos acendeu a luz vermelha nos desenvolvedores de jogos para fliperamas. Com os games de arcades convertidos para consoles como Master System e NES, o “Nintendinho”, era preciso atrair a molecada para as casas de jogos e fazer as fichas jorrarem novamente. A Capcom apostou nos títulos de luta, para atrair o público adolescente. 

 Ela lançou em 1987 o primeiro episódio de “Street Fighter”, que era bastante limitado. Mas em fevereiro de 1991, ela mostrou o caminho das pedras com “Street Fighter II” e o mundo nunca mais foi o mesmo.

A febre de “Street” fez com que todas as produtoras de games para fliperamas e consoles desenvolvessem games do gênero. A SNK, famosa pelos seus jogos de gráficos sofisticados e máquinas de fliperama de alto poder de processamento, precisava de um game poderoso para mostrar todo o potencial do Neo Geo, que era a Ferrari dos consoles. E assim nasceu “Fatal Fury: King of Fighters”.

O game chegou ao mercado em 25 de novembro de 1991 para fliperama. O impacto visual era absurdo diante de “Street Fighter II”. O game, que na edição para Neo Geo tinha estampada na capa a informação de 55MB, era um espetáculo visual.

Os cenários e personagens eram soberbamente caprichados, com direito mudança de iluminação em cada round, como se confrontos progredissem durante o dia. A qualidade sonora também era fantástica. E não demorou muito para galera se amontoar para jogar “Fatal Fury”, enquando a máquina de “SFII” estava ocupada. 

Sessão da tarde

Todo mundo sabe que jogo de luta se resume a dar sopapos em outros jogadores ou seguir a sequência de duelos no modo campanha. Mas todo game de luta também tem sua história. E no caso de “Fatal Fury” a trama envolve os órfãos Andy e Terry Bogard. Criados nas ruas, os meninos foram adotados Jeff Bogard. Este que foi brutalmente assassinado pelo chefão do crime local, Geese Howard. 

Os meninos crescem, aprendem a lutar e se unem ao lutador de boxe tailandês, Joe Higashi para derrotar o vilão. E a partir daí a cuíca ronca.

Porrada

Em “Fatal Fury” o jogador pode escolher Joe, Terry ou Andy. O game permite que jogador escolha o primeiro oponente, os restantes aparecem numa sequência padrão. Depois de vencer as primeiras quatro lutas, é preciso enfrentar a equipe de elite de Howard, até enfrentar o chefão. 

Trata-se de um roteiro parecido com a de “Street Fighter II”, mas com um número menor de oponentes. A primeira edição do game da Capcom, conta com 11 lutas até os créditos, em “FF” são oito. Mas a economia de personagens e lutas se devia à excepcional qualidade gráfica. A SNK sabia que precisava de algo muito sofisticado para competir com genialidade de “Street Fighter II”.

E deu certo. Entre 1991 e 1999, a SNK publicou outros nove jogos da série. “Fatal Fury” ainda abriu o caminho outras franquias de luta da SNK, como “Art of Fighting” e todo poderoso “The King of Fighters”, que em 1994 combinou os lutadores de suas séries num único game.

Apesar de mais refinado que o rival da Capcom, “Fatal Fury” nunca superou “SFII”, mas fez com que o estúdio rival se apressasse a evoluir a franquia. Para os jogadores a concorrência foi ótima, pois gerou duas séries fortes, com edições para praticamente todos os consoles. Em 1998, as duas produtoras se uniram para publicar “SNK vs Capcom”, em que os principais lutadores de “Street” e “KoF” medem forças. Vida longa aos Bogard.

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