Marcas autorais dividem espaço com grifes consagradas no Minas Trend

Flávia Ivo
fivo@hojeemdia.com.br
04/11/2018 às 07:00.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:35
 (MARCELO SOUBHIA/FOTOSITE)

(MARCELO SOUBHIA/FOTOSITE)

Amar o passado, e aprender com ele, faz parte da construção de qualquer saber, especialmente o de moda. Mas, ver que “o novo sempre vem”, como já cantou Elis Regina, é essencial para revigorar os ânimos.

Desde à reformulação do espaço físico ao line-up de desfiles, as novidades deram “sabor” especial ao Minas Trend, semana de moda e maior salão de negócios do setor no Brasil, que movimentou Belo Horizonte nos últimos dias.

A essência para a 23ª edição, da qual partiu o diretor criativo do evento, Ronaldo Fraga, foi atenção a marcas que executam trabalho autoral, colocando-as no centro da feira e no desfile de abertura.

“A moda precisa o tempo inteiro se alimentar do novo. Quando a gente traz os autorais para o coração do salão, privilegiamos aqueles jovens que não olham vitrines e criam em cima disso, têm desenho original”, destaca.

A Libertees, uma das 21 marcas que participaram da apresentação inaugural e tiveram estande posicionado estrategicamente no Expominas, onde foi realizado o evento, tem trabalho social no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, no bairro Horto, em BH. São as detentas que confeccionam as peças, estampadas com desenhos feitos nas oficinas oferecidas na escola estadual que fica dentro do presídio.

“Elas estão engajadas e felizes com o projeto e, em um ano, já conseguimos criar identidade de marca. As pessoas olham a peça e sabem que é Libertees. Depois do desfile, que foi superbacana, ganhamos visibilidade no salão de negócios. É um trabalho forte, sustentável e do qual mantemos a ideia inicial, a concepção”, coloca Marcella Mafra, uma das sócias.ALESSANDRA TORRES / FOTOSITE

“Estar na passarela foi superbacana”, declarou Marcella Mafra (de preto), sócia da Libertees

Feito à mão

Fora do contexto da apresentação coletiva, 23 grifes, distribuídas em sete desfiles, figuraram na passarela montada diariamente no meio do salão de negócios. Esta, mais uma inovação da semana de moda.MARCELO SOUBHIA/FOTOSITE

Criação de Denise Valadares

Uma delas, Denise Valadares, que tem no DNA o bordado feito à mão em moda casual. Com três anos de história, a marca conquistou clientela no Nordeste, Sudeste e em Brasília, onde muitos lojistas apontam ser um mercado seleto, difícil e exigente.

Foi a primeira vez que a estilista esteve na catwalk do Minas Trend. “Dei uma repaginada no que vinha fazendo, até por demanda de clientes, mas não perdi o ar casual. Acredito que o evento deve continuar incentivando marcas que crescem aqui. Nós somos o futuro da moda”, afirma Denise, de 28 anos.

Para a estilista da marca homônima de loungewear (lingerie e roupas confortáveis), Chris Gontijo, além de proporcionar uma sensação maravilhosa, o desfile levou compradores ao estande. “O grande negócio da moda é sair da cópia e colocar o autoral, o exclusivo para a venda. Os clientes internacionais ficam encantados. Hoje, eu vejo a importância que tem um desfile”, relata.

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Lado a lado

Em convivência harmônica com as marcas que iniciam a trilha pelo caminho da moda, com desfiles e exposição para atacadistas, estiveram Patrícia Motta, Victor Dzenk e Manzan. Os dois primeiros com acúmulo de experiências superior a duas décadas.

“Eles trazem um frescor, nós compartilhamos a experiência, mas também temos muito a aprender. É gostoso ver nascer e desenvolver a história de cada um”, diz Patrícia Motta, que possui 24 anos na grife especialista em couro, comercializada em mais de 40 pontos no Brasil e também exterior.

Além Disso

O desfile coletivo de abertura também chamou a atenção dos compradores para a marca Meniax, de artigos masculinos, com menos de dois anos de existência.

Mesmo com a maioria esmagadora dos 191 expositores voltados à comercialização de produtos para mulheres, Renan Rocha, sócio da empresa, acredita nos fechamentos de pedidos no pós-evento.MARCELO SOUBHIA/FOTOSITE

Marca de moda masculina propõe peças para um homem moderno e antenado com design e arquitetura

“Aumentamos nossas redes sociais e vimos o quanto as pessoas acreditam na marca. Para nós, essa entrada de autorais no salão e nos desfiles precisa continuar acontecendo. É um produto feito aqui, em Minas, e tem muita qualidade e acabamento”, expõe o jovem de 26 anos.

A clientela da Meniax é composta por homens de 25 a 50 anos, que sejam antenados, define Renan. “Um cara sofisticado, que gosta de conforto e qualidade, é exigente e ligado à moda, arquitetura e ao design. Temos os bem estabelecidos e aqueles que, mesmo com pouco para investir, sabem que a peça vai durar e é exclusiva, fazemos poucas unidades de cada”, diz o sócio da marca.

Veja as galerias de fotos das marcas:

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