Morre John Madden, icônico comentarista da NFL e pai da franquia de games de futebol americano

Marcelo Jabulas
@mjabulas
30/12/2021 às 08:21.
Atualizado em 04/01/2022 às 00:16
 (Electronic Arts/Divulgação)

(Electronic Arts/Divulgação)

O mundo do futebol americano está de luto. Morreu nesta terça-feira (28) John Madden, aos 85 anos. O ex-técnico do Oakland Raiders (com quem venceu o Super Bowl XI, em 1977), autor, locutor e comentarista de transmissões por mais de 30 anos é a personificação do esporte. Mas Madden também foi eternizado com a série de games “Madden NFL”, da Electronic Arts. 

A franquia foi pioneira nos games de esportes assinados por personalidades. Depois dele, Joe Montana, Arnold Palmer, James Buster Douglas, Mike Tyson, Ayrton Senna, Nigel Mansell, Mario Andretti, Colin McRae e Sébastien Loeb também colocaram seus chamegões nos jogos esportivos. 

Nos trilhos

Reza a lenda que, para convencer Madden a colocar sua silhueta rechonchuda e nome no jogo, os produtores Tip Hawkins e Joe Ybarra gastaram dois dias numa viagem de trem, em 1984, mostrando o projeto. Os produtores já contaram essa história inúmeras vezes, inclusive em um dos episódios da série documental “GDLK”, da Netflix, que narra a trajetória da indústria de games nos anos 1970 aos 1990.

Mas o passeio de trem não era uma excentricidade do astro do futebol ou uma estratégia dos produtores. Na verdade, John Madden tinha um medo absurdo de voar. Mas foi o suficiente para o veterano da bola oval se apaixonar com a ideia. Afinal, eles ficaram horas confinados numa cabine, em que foi possível mostrar tudo do jogo.

Os produtores não queriam apenas o nome de Madden, que já era uma personalidade popular nas transmissões das partidas, mas também que ele ajudasse na construção do jogo. Como ex-jogador, ex-técnico, comentarista e autor de livros sobre o esporte, sua contribuição era fundamental para transmitir para o velho MS-DOS todo o dinamismo da NFL.

Mas, para chancelar o game, Madden foi criterioso na produção. Depois de incontáveis modificações, que levaram quatro anos de desenvolvimento, o jogo chegou ao mercado em 1988.

Franquia

A partir daí, a franquia deslanchou e, desde então, são 43 edições do game, que surgiu como “John Madden Football”. Em 1994 foi renomeada para “Madden NFL”, e desde 2009 é a produção oficial da competição. 

De lá para cá, a série já rendeu bilhões de dólares para a Electronic Arts. Para se ter uma ideia, no ano fiscal de 2021, a EA embolsou US$ 1,62 bilhão, graças à modalidade Ultimate Team, que permite transações dentro do jogo. Ou seja, além de pagar pelo game, o jogador ainda desembolsa mais grana para montar seus times. Só essa bolada banca o contrato de exclusividade com a liga até 2026.

Os números de “Madden NFL” são superlativos, o game já emplacou mais de 130 milhões de cópias e tem edições para praticamente todos consoles lançados a partir da década de 1990. 

Desde 2009, quando deixou de participar das transmissões, Madden se tornou mais ativo no desenvolvimento dos games. Ajudou na adição das novas regras, que mudam todos os anos na NFL. 

Para a Electronic Arts, “Madden NFL” também serviu de base para o desenvolvimento de tecnologias que foram aplicadas em franquias como “FIFA”, “NHL”, “Fight Night”, “NBA Live” e “MLB the Show”. Para Madden, além de um cheque gordo (que conta-se que era de U$S 3 milhões) por edição, o game fez dele um imortal.

Pelo Twitter, a conta oficial do game postou uma homenagem sobre os mais de 50 anos de dedicação ao esporte, assim como seu comprometimento com a série por mais de três décadas. Resta saber se seu nome será mantido para as próximas edições. Valeu, treinador.

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