Os 25 anos de 'Duke Nukem 3D', o herói mais marrento dos games

Marcelo Jabulas
@mjabulas
22/01/2021 às 22:45.
Atualizado em 05/12/2021 às 03:59
 (3D Realms/Divulgação)

(3D Realms/Divulgação)

Quando se fala nos primórdios dos games de tiro em primeira pessoa, franquias como “Wolfenstein 3D” e “Doom” logo vêm à mente. E não é para menos: as séries da id Software foram responsáveis por tornar o gênero FPS um fenômeno que até hoje é o mais popular do mercado, com 20,9% das vendas. Mas nos anos 1990 surgiu outro game de tiro que fez a cabeça dos jogadores de PC, o “Duke Nukem 3D”, lançado há 25 anos pela 3D Realms.

Publicado em janeiro de 1996 para PC, o game foi o terceiro episódio da franquia, lançada para computadores em 1991. A história coloca o jogador na pele do herói que retorna à Terra após o segundo episódio e encontra o mundo dominado por criaturas alienígenas.

Provocativo, “Duke Nukem” não tinha filtro algum, alfinetava o concorrente “Doom”, com Doom Guy morto em um dos cenários. Assim, colocava porcos humanoides com fardas policiais em alusão ao termo pejorativo “pig” dado aos tiras norte-americanos. Streepers holográficas e uso do mictório faziam parte do cotidiano do jogador.

Duke é um sujeito arrogante, que se acha o máximo. Ele é uma caricatura do valentão norte-americano, com charuto na boca, cheio de músculos. Egocêntrico, canastrão e politicamente incorreto, certamente não seria a personalidade do ano nos dias atuais (será?). Um herói de menor moral que o sanguinário caçador de nazistas B.J. Blazkowicz, de “Wolfenstein”.

Gráficos

Em termos visuais, o game era melhor acabado que “Doom”, e um zilhão de vezes mais refinado que “Wolfenstein”. E não podia ser diferente. Ele chegou bem depois dos games da id, com motor gráfico e hardware de desenvolvimento mais sofisticados.

Essa melhora permitiu um game mais dinâmico, com movimentação rápida. Além disso, Duke podia olhar para o alto e tinha até um jetpack (mochila-foguete) que permitia alcançar pontos elevados do cenário. Algo ridículo nos dias de hoje, mas que foi uma revolução há 25 anos. Efeitos de luz e sombras estavam longe do fotorrealismo, mas eram bem legais para a época.

O game também adicionava refinamento de áudio. Os efeitos sonoros, falas sintetizadas, exploravam todo o poder das placas de som, que tinham se popularizado com os drivers de CD-ROM. 

O jogo

“Duke Nukem 3D” era separado em três capítulos, que se dividem entre a cidade de Los Angeles, uma base lunar e um estágio no deserto. Cada capítulo era dividido por diversas fases e o jogador podia escolher o episódio que quisesse, sem uma ordem cronológica, como em “Doom”. 

No início da campanha, o jogador começa apenas com uma pistola e, durante o caminho, encontra novas armas, como escopeta, metralhadora e lança-foguetes. Uma progressão comum nos games de tiro da velha-guarda. 

A lógica do game era detonar os inimigos do cenário, localizar chaves de acesso e finalizar o estágio na forma mais rápida possível. Como todo bom jogo de tiro do milênio passado, sempre tinha um chefão gigantesco.

Ao longo dos anos, o game ganhou reedições com novos capítulos. A edição “World Tour” de 2016, com edições para PS4, Xbox One e Switch, adicionou dois capítulos novos. O conteúdo foi feito pelos designers originais do jogo.

Legado

Sem “Duke Nukem 3D”, a franquia teria morrido no segundo episódio. A boa repercussão do game motivou reedições para diferentes plataformas, como Super Nintendo, Nintendo 64, Mega Drive, PS One, portáteis, assim como uma imensa quantidade de expansões para a versão original e games em formato de Terceira Pessoa. 

Em 1997, a 3D Realms, motivada pelo sucesso do game, anunciou um novo projeto chamado de “Duke Nukem Forever”. O game ficou em produção por quase 14 anos, e passou pelas mãos de vários estúdios.

A versão final chegou ao mercado em junho de 2011, para PC, Mac, PS3 e Xbox 360, e foi um verdadeiro fracasso. Apesar da melhoria visual, o jogo foi um fracasso, devido à mecânica ultrapassada. Um dos poucos games que não dei conta de finalizar.

Assim como Blazkowicz e Doom Guy (rebatizado de Doom Slyaer), que ainda salvam o mundo de demônios e nazistas, Duke também merecia uma nova oportunidade.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por