Pandemia acelera venda de relógios e pulseiras inteligentes no Brasil

Marcelo Jabulas
@mjabulas
05/08/2021 às 10:26.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:36
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

Certamente o amigo já deve ter lido ou ouvido falar em wearable. Nome esquisito que significa dispositivo vestível. Pode parecer algo futurista, mas é bem mais simples. Trata-se de relógios e pulseiras inteligentes, assim como fones sem fio. O grande lance é que a venda desses aparelhos disparou este ano.

Segundo a consultoria IDC Brasil, no primeiro semestre do ano foi registrado crescimento de 145% sobre o mesmo período de 2020. Um dos fatores para busca desses equipamentos foi a própria pandemia.
 
Devido ao isolamento e restrições, muitos consumidores passaram a monitorar a própria saúde com uso de aparelhos que permitem monitorar frequência cardíaca, temperatura e até mesmo oxigenação do sangue. 

“A pandemia colocou a saúde e a boa forma na mente de muitos consumidores, e aumentou a adoção dos vestíveis para monitorar a frequência cardíaca, medir a temperatura e até para programas de condicionamento físico em casa. Esse comportamento deve crescer, inclusive com as próprias empresas comprando os acessórios para uso de seus funcionários”, observa o analista de pesquisa e consultoria em Consumer Devices da IDC Brasil, Renato Murari de Meireles.

Fato é que esses equipamentos deixaram de ser um brinquedo bacana para ficar mostrando para os amigos e se tornaram ferramentas úteis. Alguns aparelhos como o Apple Watch conta com aplicativo de saúde capaz de diagnosticar anomalia e notificar o médico do usuário. 

No entanto, especialistas em saúde apontam que esses equipamentos devem servir como uma espécie e bússola, mas nunca como diagnóstico final. A preocupação de especialistas é que o muitas vezes esses equipamentos dão uma sensação<TB>de falsa segurança o que pode fazer com que o usuário negligencie sua rotina médica ou exceda limites.

E a atenção deve ser redobrada devido ao grande número de equipamentos vendidos no chamado Grey Market, o popular mercado paralelo. Segundo o IDC, a metade das vendas são nesse formato. E muitas vezes o consumidor leva gato por lebre. 

“A penetração de dispositivos vestíveis no grey market está tomando uma representatividade próxima ao tamanho do mercado oficial e isso é bem preocupante, tanto do ponto de vista da indústria, como do varejo legal e do usuário, pois não se trata apenas de comprar produtos que entraram no país ilegalmente. Principalmente na categoria de fitbands, há muitos produtos falsificados e de qualidade duvidosa, que comprometem a credibilidade da tecnologia e a segurança das informações dos usuários”, aponta Mesquita.

Assim, o consumidor deve ficar atento não apenas à procedência desses aparelhos, mas principalmente ter a consciência de que eles não substituem a necessidade de visitas periódicas ao médico. A tecnologia deve ser a aliada do usuário, e não pino da granada. 

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