Para digerir a demissão: use a dispensa para o autoconhecimento e facilite a volta ao mercado

Patrícia Santos Dumont
04/01/2019 às 15:17.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:52
 (Divulgação)

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Já esperando ou não, receber o comunicado de uma demissão é sempre desconfortável. Independentemente dos motivos que influenciaram a decisão do gestor, assimilar a notícia é difícil. Para facilitar o processo e não deixar que o desligamento impacte no futuro profissional, a dica é encará-lo com responsabilidade. Nada de colocar a “culpa” na conta da empresa, alertam especialistas. 

“É sempre um processo difícil e, para alguns, até doloroso. Entendê-lo é fundamental para buscar crescimento. É importante que o gestor ou o RH dê um feedback ao profissional, mas a pessoa precisa ter maturidade para assimilar o momento e fazer uma auto-reflexão”, diz a head trainer e hacker comportamental Patrícia Lisboa. 

A responsabilidade sobre a decisão, por outro lado, deve ser compartilhada. Não basta olhar o currículo do candidato. Processos seletivos cuidadosos são indispensáveis e evitam demissões de surpresa, afirma a especialista. “É importante que os departamentos de RH entrevistem, conheçam os candidatos e, assim, entendam o processo de forma sistêmica e não como um recorte”, explica. 

Manter os feedbacks e, dessa forma, alertar o profissional sobre possíveis inadequações ao longo do percurso também é fundamental para garantir um desligamento respeitoso e sem traumas. 

“É preciso que, antes, o gestor imediato tenha fornecido sequenciais feedbacks quanto a problemas de performance ou comportamento. Normalmente, antes da demissão, já é sinalizado um descontentamento”, diz David Braga, CEO e headhunter da Prime Talent, empresa de recrutamento de executivos. Divulgação

Antes de um ano

Segundo Braga, a estabilidade dos profissionais nas posições e organizações é tradicionalmente observada nos processos seletivos. Por esse motivo, conforme o headhunter, desligamentos prematuros costumam ser assimilados com ressalva pelo mercado de trabalho.

“Profissionais que atuaram por menos de um ano dificilmente fecharam um ciclo. Com o mercado em crise, conquistar uma posição e ser demitido em curto espaço de tempo pode ser negativo para a carreira”, justifica. 

De acordo com o recrutador, processos demissionais costumam estar atrelados a problemas de performance ou comportamentais e à incompatibilidade do colaborador com a cultura da empresa.

Volta ao mercado inclui currículo bem feito, presença na web e serviço de recolocação

Quem foi pego de surpresa com a notícia deve evitar entrar no ciclo da reclamação e buscar recalcular a rota rumo a uma recolocação profissional. Reestruturar o currículo, fortalecer o networking e ingressar em redes sociais específicas são estratégias acertadas neste momento. Serviços prestados por empresas de transição e reposicionamento também são bem-vindos. 

Especialistas alertam ainda para a importância de um posicionamento profissional adequado nas redes sociais, que servem, cada vez mais, como vitrine para o mercado de trabalho. Ser franco na entrevista pós-desligamento também é fundamental. 

“Alguns profissionais subestimam o poder de um currículo bem feito e, por causa disso, sequer são chamados para uma entrevista. Ser transparente em um processo seletivo também é essencial, mesmo porque empresas com boas práticas de recrutamento costumam fazer o referenciamento profissional dos candidatos e descobrem o real motivo da saída daquela empresa”, alerta David Braga, CEO e headhunter da Prime Talent. 

Replacement

Ao se programar para o recomeço, considere também a contratação de uma empresa de replacement. Especialistas em recolocação profissional, são capazes de orientar o candidato nas melhores escolhas, ajudando na elaboração do currículo e indicando oportunidades disponíveis no mercado. 

“Esta é a atitude mais adequada. Além de orientar e atuar diretamente com o profissional, dando assistência e aconselhamento constantes, a empresa estará apta a identificar oportunidades disponíveis compatíveis com o perfil do candidato”, diz a especialista em carreiras Fátima Trindade, vice-presidente da Thomas Case & Associados.Arte / N/AClique para ampliar a imagem

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