Plataforma MeuVizinho.me quer unir produtos e serviços na vizinhança

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 20/08/2020 às 08:46.Atualizado em 27/10/2021 às 04:19.
 (Marcelo Jabulas)
(Marcelo Jabulas)

A pandemia de Covid-19 escancarou algumas nuances do comportamento social contemporâneo. Um deles é o fato de não conhecermos quem vive à nossa volta. Mal sabemos o nome do vizinho da frente – e olhe lá. Isolada em casa, muita gente se viu obrigada a recorrer aos aplicativos de entrega, que nem sempre ofereciam aquilo que eles realmente queriam. E se a necessidade for um serviço, a coisa fica mais complicada, afinal não cabe um bombeiro hidráulico na mochila do entregador. Em meio a tudo isso que surgiu o MeuVizinho.me, Web App, que tem a função de conectar serviços e produtos em torno do usuário.

O sistema é bem intuitivo, com cadastro simples. Gratuito, basta dar o nome, o CEP e número de telefone, para que o comerciante ou prestador de serviço entre em contato. “A ideia é conectar pessoas. No passado sabíamos tudo sobre nossa vizinhança, aquela senhora que fazia bolo, aquele vizinho que faz reparos”, explica o empresário mineiro Carlos Ávila, um dos fundadores da plataforma.

Ele explica que a ideia surgiu após ler uma reportagem de um peixeiro que, no início da pandemia, imprimiu folhetos dizendo que estava vendendo seus pescados via WhatsApp. O caso foi um sucesso e o comerciante multiplicou por oito seu faturamento, a ponto de transformar seus concorrentes em fornecedores. 

“Aquilo mexeu comigo. Desde janeiro, quando um colega voltou de uma feira de varejo nos Estados Unidos, ele me disse que conectar pessoas era a tendência de negócio. A partir daí fiquei anotando ideias no caderninho até saber da história do peixeiro. Foi o insight”, explica.

Como funciona

Se cadastrar-se é simples, navegar no MeuVizinho.me não é nenhum bicho de sete cabeças. O sistema tem como prioridade a geolocalização. Ou seja, ele sempre irá exibir o que está mais perto do endereço. Basta fazer a busca e ele irá exibir por ordem de localização.

Segundo Ávila, a proposta da plataforma é permitir que o micro e pequeno empreendedor possa divulgar seu produto ou serviço, sem custo de divulgação. “Muita gente perdeu a fonte de renda na pandemia, o que queremos é que eles possam recuperar renda em sua comunidade. Aquela senhora que faz um bolo pode vender em sua vizinhança. E o principal, não há anúncio. A prioridade sempre será a localização”, garante o empresário.

Ele cita como exemplo um menino de 12 anos, Davi, que passou a vender bolos pela plataforma para ajudar a aumentar a renda familiar. 

“A plataforma tem ajudado as pessoas a superarem esse momento. Nosso propósito é empoderar as pessoas de maneira simples e democrática, pois a base é a proximidade e não o poder de anunciar”.

Web App

Hoje o MeuVizinho.me funciona como aplicativo web. Isso significa que ele é acessado pelo navegador do telefone ou computador, sem a necessidade de instalação. A ideia era ser uma ferramenta fácil de uso. No entanto, Ávila afirma que apps para sistemas Android e iOS estão em fase de testes. 

Adesão

Com menos de três meses de funcionamento, a plataforma já conta com 10 mil vizinhos cadastrados, em 400 cidades. Cerca de 20% dos usuários da plataforma estão na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 

“Em BH tivemos uma adesão muito legal, assim como em Contagem, Betim e Santa Luzia. O app é um produto nascido na pandemia, mas era um problema antes da pandemia, então é uma solução pós-pandemia. As pessoas viram que é preciso saber o que há em seus bairros, nos arredores de suas casas”, analisa o empresário, que tem como meta chegar a 1 milhão de usuários até fim de dezembro.

Questionado sobre eventuais problemas sobre anúncios falsos, Ávila explica que as notas dos usuários funcionam como ferramenta para checar a qualidade e a veracidade de quem anuncia na plataforma. 

“Temos um canal para receber críticas e reclamações, mas até agora só recebemos mensagens de elogios. O fato de as pessoas estarem próximas torna fácil checar a veracidade daquilo que ela oferta”, observa.

De fato, não vale a pena se tornar conhecido na vizinhança se for para ficar mal falado.

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