Sucesso no Brasil e no mundo, Anitta foi a cara e a atitude do pop em 2017

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
29/12/2017 às 17:54.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:30
 (Reprodução/instagram)

(Reprodução/instagram)

Com o perdão do trocadilho, foi impossível ignorar a presença de Anitta em 2017. A cantora carioca dominou as paradas musicais, explorou diversos estilos – desde o sertanejo pop de “Loka”, com a dupla Simone & Simaria, à quase bossa nova de “Will I See You”, parceria com o compositor e produtor norte-americano Poo Bear – e partiu em busca da carreira internacional, com canções em espanhol e inglês.

Ou seja, em 2017 nasceu “Anira” (pronúncia americanizada do nome da cantora), com um projeto de internacionalização da carreira que rendeu vários frutos. O mais suculento, a 10ª posição na lista dos 50 artistas mais influentes nas redes sociais da Billboard, alcançada nesta semana. Além ser a primeira brasileira a entrar neste ranking, Anitta superou nomes como Lady Gaga, Beyoncé e Justin Bieber.

Culpa de hits como “Downtown”, parceria com o colombiano J Balvin, e seu mais recente lançamento “Vai Malandra”, que se posicionaram entre os mais executados mundialmente no Spotify. “A Anitta é um caso interessante, porque ela não tem uma carreira longa, mas já está conseguindo feitos grandes”, observa o jornalista Valmique Júnior, do portal Muza, especializado em cultura LGBT. “Ela conseguiu trazer para o pop nacional um interesse do público, uma visibilidade comum às divas internacionais. Mesmo que você não goste, você não ignora: fica sabendo dos lançamentos, dos feitos”.

Força

Com tanta exposição e sucesso, não faltaram motivos para que a cantora protagonizasse um dos memes mais difundidos nas redes sociais, que cravava: “A Anitta é a única coisa que funciona no país”. As mais de 1,5 bilhões de visualizações conquistadas somente com os lançamentos de 2017 reforçam ainda mais essa crença. “Ela rompeu com a tradição brasileira de mostrar ao mundo exclusivamente a MPB, que é vista geralmente como uma produção de melhor qualidade”, pontua o jornalista Paulo Proença, da Rádio Inconfidência.

As elogiadas estratégias de marketing adotadas pela cantora renderam análises (os “textões”) que povoaram as redes sociais, também são um fator importante para entender o êxito da cantora. Sem lançar um disco, ela apostou um diversos singles – todos com grandes resultados nas plataformas de streaming, nas rádios e no YouTube. Resultado? “É impossível lembrar de 2017 e não pensar no tanto que a Anitta esteve presente”, aponta Valmique Júnior.

Comportamento

Além dos recordes e dos sucessos no cenário da música pop, a cantora também levantou debates e propagou a representatividade em vários de seus trabalhos. “O maior acerto da Anitta em 2017 foi possibilitar o debate de questões que permeiam o funk e a cultura periférica, entre artistas, estudiosas e movimentos sociais. Vide o clipe de ‘Vai Malandra’, um dos assuntos mais comentados recentemente nas redes sociais no Brasil”, pontua Proença.

Prova disso é que o citado vídeo, que apresenta a funkeira plus size Jojo Todynho, representantes das comunidades periféricas e pessoas LGBT, rendeu a melhor estreia brasileira da história no YouTube, com 14 milhões de visualizações em 24 horas.

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