'Terminator: Resistance' tem seus defeitos, mas é um game interessante

Marcelo Jabulas
@mjabulas
10/04/2020 às 20:56.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:15
 (Teyon)

(Teyon)

O mercado de games, como qualquer segmento da indústria, é cruel. Conseguiu um lugar ao sol não é fácil, ainda mais num universo que se tornou o maior setor do entretenimento, com segmentos de e-sports e grandes publishers que movem bilhões de dólares todos os anos. Para os estúdios menores, conseguir competir não é fácil. Orçamentos apertados interferem nos recursos de desenvolvimento e divulgação. Mas o problema se amplifica quando há uma mancha no currículo, que pode causar uma rejeição prévia. 

É o que aconteceu com “Terminator Resistance”, game do estúdio polonês Teyon, que estreou no final do ano passado. Para muitos, a Teyon é um nome desconhecido, mas faz parte de representativo polo de desenvolvedores polacos. O problema é a empresa foi responsável por um dos piores games da indústria. Não estamos falando de “E.T. The Extra-Terrestrial”, do Atari. Mas de “Rambo: The Video Game”, uma das piores coisas já produzidas, que maculou o grande herói dos anos 1980.

 Assim, quando o estúdio que detonou com o Rambo resolve criar um jogo sobre o exterminador, as luzes amarelas se acendem. “Terminator” foi massacrado pela crítica especializada. A nota no indexador Metacritic foi 47 (PS4), 55 (Xbox One) e 60 (PC). No entanto, entre os consumidores as notas foram 7.2, 7.8 e 8.0, na ordem. Na Steam, a avaliação do game pelos usuários é nove, numa escala que vai a 10. 

Desequilíbrio
A razão da bronca dos críticos se deve  por questões técnicas e de jogabilidade. O game foi desenvolvido com o motor Unreal Engine 4. Trata-se de um motor gráfico consagrado, mas que já está defasado, o que compromete o resultado final. “Terminator” tem estética de um game da geração passada. Mas sejamos francos, você deixaria de jogar “Call of Duty: Black Ops” só porque ele é da geração PS3 e Xbox 360?

Realmente o game está longe de ser um colírio para os olhos. A movimentação não reproduz o molejo do corpo. Parece que o personagem se desloca sobre trilhos. Outro senão é sobre o jogo em si. O game é fácil. Mesmo nos níveis mais desafiadores, não é difícil superar os obstáculos. Liquidar spiders ou drones não exigem grande esforço e habilidade, o que mostra que a inteligência artificial deixa a desejar.

Mas se formos olhar para o passado, o exterminador nunca foi um grande sucesso nos games. Ao longo dos anos diversos títulos sobre a série foram publicados, poucos tiveram boa qualidade. Até mesmo “Terminator: Salvation” (PC, PS3 e Xbox 360), que apesar dos bons gráficos, pecava pela jogabilidade demasiadamente fácil.

Mas o game tem pontos a seu favor. Ele vai além de um game de tiro convencional. Com elementos de RPG, é preciso procurar insumos, resgatar pessoas, além de uma série de tarefas que geram interação com os NPC’s (personagens não controláveis).

O segundo ponto é que o jogo é sobre os exterminadores, o que faz dele uma experiência obrigatória para os fãs. Vivenciar o momento futuro da franquia é algo muito legal, pois nos próprios filmes (com exceção de “Salvation”) sempre são flashbacks. As animações garantem um bom nível de carga dramática ao game e ajudam na imersão.

O terceiro fator é o preço. “Terminator: Resistance” não custa nenhuma ninharia, mas também não pratica os atuais preços de lançamentos, na casa dos R$ 250. A edição mais em conta é para Xbox One (R$ 147). Na Steam, a edição para PC sai por R$ 150. E na PSN, a opção para PS4 parte de R$ 165.

Palavra final
“Terminator: Resistance” está longe de ser uma produção Triple A e muito menos figurará na lista dos melhores jogos para se comprar. Mas mesmo assim é um game que tem suas qualidades e méritos. A história é legal e a possibilidade de confrontar os T-800 já o elegem como uma opção para se jogar. 

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