Testamos 'Call of Duty: Vanguard', que retorna à Segunda Guerra Mundial

Marcelo Jabulas
@mjabulas
13/11/2021 às 11:02.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:15
 (Activision/Divulgação)

(Activision/Divulgação)

A Segunda Guerra Mundial é uma fonte inesgotável para a indústria do entretenimento. E o setor de games nunca se cansa de usar o teatro de guerra como palco de suas produções. “Call of Duty: Vanguard” acabou de chegar ao mercado colocando o jogador no conflito entre o Eixo e Aliados. 

 Apesar da maioria dos comentários positivos, em que se destacam a fluidez do modo online e a campanha solo, há quem encontrou “pecados mortais” no game. Parte do público tem tecido críticas ácidas não sobre jogabilidade, bugs ou funcionalidades do game. Mais uma vez, o faniquito vem dos elementos de inclusão. 

Em um comentário no indexador de notas, Metacritic, um usuário escreveu que a indústria quer: “apagar o homem branco da história”. Isso porque o game dá protagonismo ao tenente Arthur Kingsley, que é negro, e a atiradora russa, Polina Petrova, que é uma das grandes estrelas do game. Para essa rapaziada, dar luz às minorias é mais grave que qualquer falha de sistema.

Enredo

Deixando as bravatas racistas e misóginas de lado, o modo “Campanha”, a trama tem início nos momentos finais da guerra, já em 1945. No game norte-americanos, britânicos e russos formam um time de elite para se infiltrar no que restou na estrutura de Adolf Hitler. 

Numa invasão cinematográfica ao estaleiro dos submarinos alemães, o grupo é surpreendido por um oficial da SS. O nazista ataca o protagonista, chamado Novak e a história tem início em flasbacks, narrando momentos dos anos anteriores.

A carga dramática é espetacular. Logo no início, na pele de Kingsley, o jogador depara-se com um paraquedista aliado preso aos cabos sendo estripado por um soldado alemão. O próprio salto no meio do campo de batalha é bastante tenso. 

Há quem tenha reclamado do contexto histórico. Mas sejamos francos, numa guerra com seis anos de duração envolvendo quatro continentes e milhões de mortos, o que não falta são histórias e acontecimentos que validem os mais diferentes roteiros.

O grande lance é que o game insere missões com os integrantes do esquadrão. Cada um como uma história e momento da guerra. O game tem cenas que lembram o longa-metragem “Operação Valquíria”, ao retratar o setor burocrático do Reich.

Mas uma das melhores fases é a passagem de Polina. A personagem foi criada a partir da ucraniana, Lyudmila Pavlichenko, que integrava o exército vermelho. A atiradora ainda detém o recorde de eliminações, com 309 baixas confirmadas. 

No game Polina, entra de cabeça na guerra após sua cidade ser atacada pelos nazistas, quando se apresentava no hospital de campanha. A fase dedicada a ela é uma das mais intensas do jogo.

Gráficos

Visualmente, o game é muito bem acabado. A textura dos personagens impressiona, assim como a captura de movimentos. A forma em que o personagem (em primeira pessoa) impunha diferentes armas, assim como os NPCs (personagens controlados pelo computador), é tudo muito refinado. 

Os efeitos de luzes e sombras são caprichados. Os diferentes reflexos e mudanças de tonalidade da pele de acordo com a incidência de luz são muito bem feitos. Quem jogar nos veteranos PS4 e Xbox One terá que dar um desconto para a lentidão na formação de algumas texturas, mas nada que comprometa a experiência.

As interações com o cenário, comportamento dos inimigos e veículos também primam pelo capricho. No entanto, as animações fazem da produção um filme de guerra. 

Gameplay

Quem quiser se sentir desafiado em “Call of Duty: Vanguard” terá que elevar o nível da dificuldade. Apesar de cada fase contar com pequenos desafios mortais, como cair de um trem, despencar num buraco, explodir por uma granada ou ser morto por irritantes pastores alemães, os combates são relativamente fáceis.

Isso porque os inimigos são muito mais frágeis que o jogador, que suporta muito mais danos. Mas trata-se de um lance que é comum em qualquer “CoD”, desde os primórdios da franquia. 

No modo “Campanha”, as fases são lineares e a presença de NPCs cooperativos torna o andamento do jogo mais acelerado. Quando se está sozinho, o jogador sempre busca explorar os cenários. No entanto, com outros personagens ditando o ritmo, as coisas fluem mais rápido. 

Um ponto interessante é que cada fase tem uma dinâmica de jogabilidade. Abrir caminho, combates em estilo labirinto, exigem que o jogador aprenda a utilizar o cenário em seu favor. O game oferece até fases de pilotagem, mas a jogabilidade é péssima.

Palavra final

Depois de quatro anos, a franquia retorna à Segunda Guerra Mundial. O game transporta o jogador para momentos da guerra que não são tão propagandeados como “Pearl Harbor” ou “Dia D”, mas que ainda mostram a monstruosidade que foi o conflito. A diferença é que nesse game, o herói pode ser bem diferente dos padronizados mocinhos do cinema.

Com versões para PC, PS5, PS4, Xbox Series X/S e Xbox One, “Call of Duty: Vanguard” é oferecido com versões que variam entre R$ 280 e R$ 440.

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