Testamos o novo 'Trackmania', prova que grandes games são simples

Marcelo Jabulas
@mjabulas
03/07/2020 às 23:48.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:56

Foi em 2016, numa despretensiosa versão demo para PS4, que conheci “Trackmania Turbo”, game de corridas totalmente arcade, que me fez voltar a 1990. “Trackmania” é uma série da Ubisoft que, por assim dizer, é o sucessor espiritual de “Stunts”, game para DOS que permitia que o jogador construísse pistas insanas, com loopings, tubos, rampas e outros obstáculos. Com seus gráficos poligonais, o game colocava à disposição do jogador máquinas como Ferrari 228 GT8, Lamborghini Countach e até mesmo o jipão LM002. “Trackmania” chegou em 2006 e foi evoluindo desde então. Agora, a Ubisoft lançou a edição mais recente do game para PC, que parte de R$ 40.

“Trackmania” é simples, feito para ser jogado em rede e executado por máquinas que não contam com alto poder de processamento. Tanto que para testar esse game, escalei um velho HP All In One, dotado de processador AMD A4-3400 com GPU Radeon integrada e modestos 4 GB de RAM. E acredite, o veterano de quase 10 anos deu conta do recado. 

Graficamente, o game está longe de exibir o refinamento do primo “The Crew 2” ou demais títulos sofisticados de corridas. Para ser sincero, o game de 2016 tem visual mais sofisticado. Mas foi feito para ser assim. Gráficos simples e leves. Afinal, a proposta do game é ser uma imensa arena online, com jogadores do mundo tudo e que seja acessível. Por isso é barato e roda em qualquer máquina. Mas “Stunts” era assim, meio tosco, porém viciante. 

Existe apenas um carrinho. Uma espécie de monoposto futurista. E é no próprio carro que o jogador visualiza sua velocidade e posição na corrida. Trata-se de uma sacada genial, pois não é preciso tirar os olhos do traçado para ter as leituras da prova. Tudo está junto do carrinho. Além disso, trata-se de uma economia de dados, que ajuda o game a ser ainda mais leve.

O jogo

Em “Trackmania” o jogador tem incontáveis pistas para guiar. São maldosas, cheias de pegadinhas, árvores entre as curvas, pisos escorregadios, pontos em que se perde a direção ou que o motor apaga. Ou seja, é aparentemente inocente, mas exige dedicação. As pistas não têm provas, vão do ponto A ao B. E obviamente, vence quem chegar primeiro.

O jogador pode passar pelo treinamento em que é apresentado às diferentes condições de jogo. Ali se aprende a fazer curva, conhecer os obstáculos, como manter o carro na pista enquanto atravessa um looping e coisas do tipo.

Equipamento

O jogo dá opções de correr sozinho, contra “fantasmas” de outros jogadores, e também disputar online, em tempo real. Para brincar sozinho, qualquer bola serve. Agora, quando é para correr, é preciso estar bem equipado. Uma máquina de bom desempenho e uma conexão generosa são fundamentais para ser competitivo.

Isso porque, com um computador de fraco desempenho e uma internet lenta, o jogador sofrerá com os tempos de resposta do servidor. Fatalmente irá perder preciosos segundos na largada e ainda tem as instabilidades dos comandos. Ou seja, não dá para ganhar. Minha melhor performance, jogando a mesma pista inúmeras vezes foi a trigésima posição, em um grid de 50. Não foi bonito e nem me orgulho disso.

Editor

E tal como o velho game para DOS, “Trackmania 2020” conta com um editor de pistas. O jogador pode criar seu traçado, incluir uma série de obstáculos e tudo mais. Basta desenhar sua pista, dar uma volta para validar, aplicar as sombras e deixar disponível. 

Palavra final

“Trackmania” é um game viciante. À primeira vista, pode parecer tosco e exageradamente rudimentar. Mas a estética simples é o que faz desse game grandioso. As provas são muito rápidas. As corridas, quando bem disputadas, terminam em menos de 30 segundos. Ou seja, é possível participar de diferentes campeonatos num mesmo dia. Para a Ubisoft, pode ser uma opção interessante para ganhar espaço no concorrido e bilionário mundo do e-sport. Não se deixe levar pela embalagem.

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