Leonardo Nogueira deixou de lado a engenharia aeroespacial para manter a tradição da família, dona de destilaria em Itaverava (Luciane Amaral)
Não dá para falar em tour etílico nas Gerais sem a famosa “malvada”. O estado é famoso internacionalmente pela produção de cachaça, bebida considerada Patrimônio Cultural de Minas Gerais por Lei Estadual.
Por isso, quem quer experimentar a bebida e ver como ela é fabricada tem como parada obrigatória Itaverava, cidade onde, segundo a presidente do Circuito Turístico Villas e Fazendas, Tatiana Rezende, foi encontrada a primeira pepita de ouro em Minas, em 1694.
“A prefeitura e a Emater fizeram, há cerca de três meses, uma captação de proprietários rurais para oferecer capacitação para quem quer empreender com o turismo de experiência”, conta animada.
Visitação e degustação
A produção de cachaça é tradição de família nas fazendas da região. Leonardo Nogueira trocou a carreira de engenheiro aeroespacial pela de dono de destilaria, para seguir os passos do avô e do bisavô, que fabricavam cachaça no município.
Ele explica que para 100 litros de cachaça é preciso moer uma tonelada de cana e que chegou a comprar outra propriedade rural só para canavial. Com capacidade para 500 litros por dia, a destilaria Pedra Brilhante atualmente já produz 120 litros de cachaça.
Confira a galeria de fotos no fim da matéria.
A bebida é armazenada em grandes tonéis de madeira da região, como a de uma jaqueira da fazenda e bálsamo, que conferem à cachaça coloração, gosto e aromas diferenciados.
“As madeiras brasileiras têm muita personalidade. Gosto de usar barris maiores para que o gosto não fique muito forte”, explica o master blender.
Além de cachaça, ele produz gin, vodka e até o etanol que usa para abastecer o carro. A ideia é diversificar o portfólio e investir inclusive na fabricação de whisky.
Além de cachaça artesanal, a Fazenda Pedra Brilhante também planeja fabricar gin, vodka e até whisky (Luciane Amaral)
A destilaria é aberta à visitação e os turistas, ao fim do tour, ainda fazem uma degustação de diferentes tipos de aguardente, harmonizadas com alimentos tradicionais da região, como pão de queijo e linguiça.
“Queremos trazer o melhor da mineiridade. E a cachaça, pra mim, é linda, é um quadro em branco, que me permite criar com paletas de cores totalmente novas. É o meu jeito de fazer poesia”, finaliza Leonardo.
Leia mais
Cores e aromas de cachaça artesanal variam de acordo com a madeira usada para envelhecer a bebida; até pé de jaca dá cachaça boa (Luciane Amaral)
Consumidores que visitam a destilaria de cachaça artesanal fazem uma degustação harmonizada com comidas típicas mineiras (Luciane Amaral)
Cachaça produzida artesanalmente é envelhecida em tonéis feitos com madeira da própria fazenda Pedra Brilhante, em Itaverava (Luciane Amaral)