Vez dos recheados: pão de queijo tem versão para carnívoros, veganos e amantes de doces

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
17/08/2018 às 15:49.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:58
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Segredo para ninguém que ele já é, há tempos, queridinho dos brasileiros. Na mesa do café da manhã ou da tarde, acompanhado por cafezinho coado na hora, é sucesso garantido. Mas para dar um upgrade no pão de queijo tradicional, patrimônio de Minas celebrado nacionalmente todo dia 17 de agosto, há quem sofistique a receita com belos recheios – opção perfeita para uma refeição completa!

Na recém-inaugurada Casa Grão, por exemplo, que abriu as portas no bairro Santo Agostinho, região Sul de Belo Horizonte, na última terça-feira, a iguaria mineira é servida acompanhada de carne, calabresa e até de uma dose extra da principal matéria-prima, o queijo.

Gerente de produção da padaria, Glória Bonifácio explica que o segredo da receita-base, o pão de queijo tradicional, é a qualidade dos ingredientes usados. “Não adianta colocar queijo com amido que vai pesar a massa e interferir no sabor. Só usamos o canastra puro. Para se ter uma ideia, para produzir um queijo de 700 gramas são necessários aproximadamente nove litros de leite”, comenta a profissional. 

Além dos recheados, a casa criou uma receita pra lá de original com sabor de roça: pão de queijo com fubá. Adicionado à massa, o ingrediente deixa “pedacinhos” de milho por todo o recheio e ainda é usado para empanar a bolinha já pronta. “Ele não desenvolve tanto quanto a receita tradicional, pois a massa fica mais pesada. Mas, por dentro, dá para sentir exatamente a mistura do queijo com o milho”, garante Glória. Marcella Giovannini/DivulgaçãoMARCHÉ DU PAIN
Tradicional sanduíche de pernil foi repaginado na padaria do Mercado da Boca

De pernil e carne louca

Outra que vem fazendo sucesso com uma versão mais sofisticada do tradicional (e bem brasileiro) sanduíche de pernil é a Marché Du Pain, no Mercado da Boca, em Nova Lima, na Grande BH. Lá, o recheio mais pedido leva a carne suína desfiada acompanhada de molho de cebola com pimentões coloridos. 

Tem também opção com “carne louca”, como é chamado em São Paulo o preparo com lagarto desfiado bem temperado por 24 horas, conta a sócia-proprietária do estabelecimento, Isabella Carneiro.

Velha conhecida dos belo-horizontinos, A Pão de Queijaria, na região da Savassi, é outra que aposta nos “sanduíches” para fisgar o paladar dos apaixonados pelo pãozinho mais famoso do Brasil. Ao todo, são 11 opções salgadas – para carnívoros, o chovinista, de costelinha de porco, e vegetarianos, como o caprese, derivação da salada de mesmo nome, típica na Itália. 

Fissurados por doce também não passam fome na lanchonete, que criou dois pães de queijo servidos como sobremesa, recheados com doce de leite e com goiabada. Ambos chegam à mesa acompanhados por uma generosa fatia de queijo minas padrão e pesam, depois de montados, aproximadamente 170 gramas, detalha o sócio-proprietário da casa, Paulo Lassi.

As primeiras receitas de pão de queijo de que se tem notícia datam de 1850, quando o preparo, era feito com o excedente dos queijos produzidos em Minas Gerais

Flávio Tavares

A PÃO DE QUEIJARIA
Cardápio da lanchonete inclui duas receitas doces, com goiabada e doce de leite

Dicas de preparo que valem ouro: mais sabor à mesa

“Mãe” do pão de queijo mais famoso do Brasil, fundadora da empresa Forno de Minas, dona Dalva Couto Mendonça revela os segredos da receita que conquistou o mundo. Presente em todo o território nacional e em outros 16 países, a iguaria preparada em Contagem, na Grande BH, só leva ingredientes de qualidade, do polvilho ao queijo. 

Na hora de reproduzir o preparo em casa, a “dona” da receita ensina: corrija o ponto com queijo – o ideal é o tipo curado ralado grosso. Se o pão de queijo não crescer o suficiente, troque o polvilho da próxima vez. E se ficar duro ou seco demais, capriche na sova. “O segredo é a prática. Às vezes uma mesma receita pode dar certo com uma pessoa e errado com outra. Tudo é questão de treino”, ressalta dona Dalva, que, aos 76 anos, faz questão de “bater ponto” na fábrica todos os dias. 

Essencial em todo bom pão de queijo, fonte principal do sabor do prato típico em Minas, o queijo é um capítulo à parte. Os tipos mais moles e os cozidos, como a mussarela, devem ser desconsiderados. Quanto mais duro, melhor. Com relação aos ovos, atenção ao tamanho da gema e à quantidade de clara, as duas variáveis interferem no resultado. Acrescente aos poucos – quando a massa, escaldada com leite e óleo ferventes, já estiver fria para não cozinhá-los – e perceba se há ou não necessidade de adicionar mais.Coisas de Mineiro/DivulgaçãoMATRIARCA
Dona Dalva é fundadora da Forno de Minas e "dona" da receita que conquistou o Brasil e o mundo


Tradição

Negócio familiar criado há 28 anos, a Forno de Minas foi a primeira empresa brasileira a congelar pão de queijo. Atualmente, a companhia, que exporta o patrimônio mineiro para Estados Unidos, Canadá, Portugal, Inglaterra, Chile, Peru, Uruguai, Emirados Árabes, Japão, Guatemala, El Salvador, Panamá, Costa Rica, Colômbia, China e Paraguai tem sete variedades do produto.

Dentre os tipos que chegam às gôndolas dos supermercados estão o gourmet (vendido também nas redes da norte-americana Starbucks), que tem maior quantidade de queijo, o fit, reformulado recentemente, sem lactose, e o assado e congelado, que fica pronto em 5 minutos.

PARA COPIAR:

Aprenda a receita do pão de queijo da Forno de Minas:ReproduçãoClique para ampliar

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