"Wolfenstein: Youngblood" revoluciona sem perder a essência da franquia

Marcelo
15/08/2019 às 21:16.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:00
 (Bethesda)

(Bethesda)

Heroínas femininas eram personagens exóticas na indústria do entretenimento. Elen Ripley e Sarah Connor precisaram lutar contra aliens e robôs do futuro para fazer frente aos grandalhões sem camisa do cinema no anos 1980. Nos games, as mulheres sempre tiveram uma aparição desproporcional aos mocinhos. Carmen Sandiego e Lara Croft basicamente foram as únicas protagonistas com expressividade no milênio passado. 

Mas, nos últimos anos, a balança passou a ficar mais equilibrada e elas passaram a assumir a narrativa de filmes, livros e games. Só para ficarmos nos jogos, as mocinhas estrelaram títulos como, por exemplo, “Alien Isolation”, “Hellblade Senua’s Sacrifice”, “Horizon Zero Dawn” e “Unchated: Lost Legacy”. Mas a turma da Bethesta resolveu colocar não só uma, mas duas power girls de uma só vez em “Wolfenstein: Youngblood”.

A história
O game segue a cronologia da franquia e se passa menos de 20 anos após “Wolfenstein: The New Colossus”, quando B.J. Blazkowicz consegue derrotar os nazistas nos Estados Unidos. Ambientado nos anos 1980, o game apresenta as gêmeas de B.J. e Anya: Sophie e Jessica. Uma morena e outra loira. A primeira é mais delicada e calculista. A segunda, durona e explosiva. Juntas, elas saem em busca de Blazko que desapareceu. O último rastro do velho soldado foi encontrado em Paris. E é no que sobrou da Cidade Luz que a história acontece.

“Youngblood” também inova ao aplicar campanha cooperativa. A pessoa pode jogar sozinha (com auxílio da máquina) ou com outra, via rede. A parceria com um amigo pode facilitar as coisas, pois as irmãs podem salvar uma a outra, quando feridas, assim como compartilhar a energia das armaduras.

Para quem não se lembra ou sabia, no final de “The New Order”, Blazko teve a coluna quebrada e ficou paraplégico. Ele só conseguiu recuperar os movimentos das pernas graças a uma armadura que pertencia à líder da resistência em “The New Colossus”. Agora, as gêmeas também recebem o traje de combate e partem para cima dos nazistas em território francês.

Vida a dois
O modo cooperativo torna o game menos solitário, afinal as duas irmãs falam pelos cotovelos o tempo todo. Elas xingam, discutem, elogiam a si mesmas e sempre demonstram medo. Afinal, são adolescentes que, mesmo treinadas pelos pais guerrilheiros, ainda são meninas descobrindo o mundo. Mas ao invés de um jeans surrado e polainas, elas usam uma roupa de metal e colecionam metralhadoras.

Evolução do personagem
Desde que a Bethesda reiniciou a série em “The New Order”, é possível desbloquear habilidades do personagem. Em “Youngblood”, esse mecanismo está mais sofisticado e o jogador acumula não apenas pontos de experiência que podem ser convertidos em novos golpes e truques, mas também acumulam dinheiro. 

Quem é acostumado com a série sabe que é fundamental recolher pontos de saúde, armadura e munição dos soldados caídos. Agora também há moedas. Essa grana serve para comprar melhoria para armas, como miras, coronhas, carregadores estendidos e outras minudências bélicas. E uma das grandes críticas do game é justamente que a Bethesda incluiu microtransações no game. O jogador pode comprar créditos para melhorar os equipamentos. 

A campanha
“Youngblood” segue o modelo trivial dos jogos de tiro em primeira pessoa (FPS). Cenários compostos por corredores, cômodos e vielas, que basicamente ordenam o caminho do jogador, num percurso linear. No entanto, é repleto de locais escondidos, que escondem itens colecionáveis e recursos de sobrevivência. 

As primeiras missões têm função tutorial e ambientam o jogador na trama. Depois que as irmãs chegam a Paris, é possível escolher as que vão cumprir da maneira que o jogador (ou jogadores) desejar.

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