Polícia Federal cumpre mandados de prisão em Minas em desdobramento da 'Lava Jato'

Da Redação *
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03/05/2018 às 07:53.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:38
 (Reprodução/ Policia Federal)

(Reprodução/ Policia Federal)

Policiais federais fazem, nesta quinta-feira (3), uma operação contra doleiros no Brasil e no Uruguai, um desdobramento da "Lava Jato". Estão sendo cumpridos 43 mandados de prisão preventiva e dois de prisão temporária em Minas Gerais, outros três Estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul) e Distrito Federal - e também no Paraguai e Uruguai, além de 51 mandados de busca e apreensão.

Em Minas, os mandados são cumpridos em Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima. Policiais buscam possíveis clientes e de doleiros relacionados à lavagem de dinheiro do ex-governador Sérgio Cabral (MDB).

O esquema, conforme a delação dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, Juca Bala e Cláudio Fernando Barbosa (Tony), teria lavado R$1,6 bilhão por meio de um sistema chamado Bank Drop, formado por 3 mil offshores, em 52 países.

Em conjunto com o Ministério Público Federal e por determinação do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, a ação tem por objetivo desarticular um esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa. A operação conta com o apoio da Receita Federal e de autoridades uruguaias.

Esta é a maior ofensiva já desfechada no país contra o mundo dos doleiros. Os maiores operadores do câmbio negro estão sendo presos. Nomes históricos, alguns até então intocáveis, são alvo de mandado de prisão, como a família Matalon, Marco Antônio Cursini, os irmãos Rzezinski e Chaaya Moghrabi.

Eliseu Padilha

Um dos principais alvos da Operação Câmbio é Antônio Claudio Albernaz Cordeiro, conhecido como Tonico, morador de Porto Alegre. Ele já havia sido alvo da 23ª fase da Lava Jato, a "Xepa", mas foi liberado ao fim do período da prisão temporária.

Albernaz teria recebido R$ 1 milhão para o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, sob o codinome "Angorá", segundo delação de Cláudio Melo Filho. No mesmo depoimento, ele cita que a Odebrecht teria efetuado o repasse de outra parte do valor acordado por meio da entrega no escritório do advogado José Yunes, amigo de Michel Temer.

O ministro Eliseu Padilha negou qualquer relacionamento. "Não fui candidato em 2014. Nunca tratei de arrecadação para deputados ou para quem quer que seja. A acusação é uma mentira! Tenho certeza que no final isto restará comprovado", explicou Padilha na época.

Com Estadão Conteúdo

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