Aécio: O que Dilma buscou hoje foi o apoio do Congresso para aumentar impostos

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02/02/2016 às 18:48.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:16
 (Geraldo Magela/Agência Senado)

(Geraldo Magela/Agência Senado)

Após o discurso da presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (2), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse ter considerado "patéticas" a figura da presidente Dilma Rousseff no Congresso e as reações ao seu discurso. Para o líder da oposição, a petista veio ao Parlamento "mais em busca de fotografia" do que em busca do resgate de sua credibilidade. "O que ela buscou hoje foi o apoio do Congresso Nacional para o aumento da carga tributária", concluiu.

Na avaliação do candidato derrotado na campanha de 2014, Dilma repetiu a apresentação de propostas como se estivesse "assumindo hoje" seu mandato. O senador lamentou que a presidente da República não tenha feito "mea culpa" de seus erros no primeiro mandato. "Não vejo nela condições para pedir qualquer outro sacrifício à sociedade brasileira", comentou Aécio, se referindo aos apelos de Dilma para aprovação da volta da CPMF.

O senador destacou que qualquer discussão com a oposição sobre reformas terá de ter, prioritariamente, apoio da base aliada do governo. Ele lembrou que o PT, partido de Dilma, considera a proposta de reforma previdenciária "desnecessária" e que Dilma, além de aumento de impostos, "vende ilusões". "Lamentavelmente assistimos aqui a mais do mesmo, repetição de promessas vazias, de uma presidente que já não demonstra qualquer condição de tirar o Brasil do gravíssimo atoleiro no qual ela própria nos mergulhou", afirmou. Na previsão de Aécio, 2016 será mais um "ano perdido".

Confira a galeria da abertura do ano legislativo:

Sobre o discurso de Dilma relacionado à epidemia de zika vírus, o tucano enfatizou que o engajamento no combate deve ser de toda a sociedade. No entanto, ele pontuou a distribuição de cargos no governo em favor dos aliados do Palácio do Planalto. "Que autoridade tem a presidente de liderar esse processo de combate ao zika vírus tendo ela distribuído cargos a aliados seus, única e exclusivamente para ter votos e se manter no poder?", alfinetou. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, foi indicado pelo PMDB na última reforma ministerial.

Aécio reconheceu o esfriamento dos ânimos em relação ao processo de impeachment de Dilma e disse que o clima para o afastamento da petista se dará com apoio da sociedade brasileira, a partir da piora dos indicadores econômicos. "A presidente e seus aliados não deveriam comemorar esse arrefecimento", declarou.

O senador tucano foi um dos que vaiaram Dilma durante o discurso no plenário. Na saída, o oposicionista disse que as vaias foram esperadas por causa da "repulsa às mentiras" e à proposta de aumento da carga tributária. "Presidente que em nenhum momento fez uma mea culpa sobre a sua responsabilidade com o que vem acontecendo com o Brasil, na verdade é uma presidente que vive em outro país e acho que zomba da inteligência do Congresso", disse.

Sobre a intenção do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de levar à votação o projeto de independência do Banco Central, Aécio disse que este é um momento perigoso. "Qualquer projeto que seja votado agora sem qualquer discussão prévia será arriscado e o PSDB quer discutir isso com muita intensidade. Não temos que correr contra o tempo. A bancada não se reuniu ainda sobre isso, mas vamos discutir."
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