Após 26 anos, Tasso fica fora de campanha no Ceará

Eugênia Lopes
05/10/2012 às 10:15.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:49

Vinte e seis anos depois de derrotar a tríade de coronéis que por quase duas décadas dominou o Ceará, o ex-governador e ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) amarga o ostracismo político. Sem mandato, depois de perder as eleições para o Senado em 2010, o tucano acabou sufocado pelo clã dos Ferreira Gomes, seus antigos aliados e hoje a família mais poderosa da política cearense. No curto prazo, Tasso só vê chances de voltar a se engajar na política se vingar no partido a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República.

Com o revés político, o tucano de 63 anos diz dedicar mais atenção a suas empresas - entre elas a Coca-Cola local e o Shopping Iguatemi - do que às "picuinhas" das campanhas eleitorais. Apesar dos inúmeros pedidos, Tasso se recusou, este ano, a gravar mensagem pedindo votos para quem quer que fosse. Em mais de duas décadas, é a primeira eleição em que o ex-governador não tem papel preponderante.

Nem o candidato do PSDB em Fortaleza, Marcos Cals, pôde contar com seu apoio público. Filho do ex-ministro César Cals, um dos coronéis abalroados do poder por Tasso na década de 80, Marcos tem 3% das intenções de voto, segundo o Ibope.

A perda de força política de Tasso, que foi governador três vezes, é visível. No domingo (7), a estimativa é que o PSDB consiga eleger cerca de 15 prefeitos em 184 municípios cearenses. Enquanto isso, seus ex-apadrinhados Ciro e Cid Gomes - este, atual governador - , esperam conquistar de 70 a 80 prefeituras. Além da estrutura do PSB, eles contam com aliados como o PSD de Gilberto Kassab e o PRB do ministro Marcelo Crivella (Pesca). A bancada tucana na Assembleia tem hoje dois deputados. Nos anos 90, o PSDB chegou a ocupar 36 das 46 cadeiras.

Nas palavras de Heitor Férrer, candidato do PDT à prefeitura em Fortaleza, Tasso "é um menino frente aos coronéis de hoje". Considerados amigos fraternais por mais de duas décadas, Tasso e Ciro romperam em 2010, quando os Ferreira Gomes se uniram ao PT e derrotaram o tucano, candidato à reeleição no Senado. A história política de Tasso com os Ferreira Gomes, em particular com Ciro, repete a fábula da criatura que se volta contra o criador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
http://www.estadao.com.br

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