Calor de Brasília?

Bolsonaro usou cartão corporativo para comprar R$ 8 mil em sorvetes; gastos passam de R$ 27 milhões

12/01/2023 às 18:43.
Atualizado em 12/01/2023 às 18:55

O clima quente e seco que predomina em Brasília (DF) é um convite ao refresco, como tomar um bom sorvete. Essa atmosfera parece ter envolvido a presidência da República durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Os gastos com sorveterias, pagos por meio de cartões corporativos, inclusive de assessores, chegaram a R$ 8,5 mil nos quatro anos de governo – seriam R$ 179 por mês gastos apenas com a guloseima gelada.

Os pagamentos realizados com cartões corporativos do Governo Federal estavam sob sigilo e foram divulgados em 6 de janeiro, graças à lei de acesso à informação.

Nos quatro anos de Bolsonaro à frente da presidência, foram mais de R$ 27,5 milhões em gastos no cartão, a maior parte com hotéis, combustíveis e manutenção automotiva.

Alguns pagamentos chamaram mais atenção do que outros. Entre eles, o gasto de R$ 109 mil, em 2021, com refeições de um restaurante que fornece marmitas em Boa Vista, capital de Roraima.

O que são cartões corporativos?
Segundo o Portal da Transparência do Governo Federal, que monitora e divulga os gastos governamentais, os cartões corporativos foram criados para agilizar as compras feitas por servidores e administração pública, mas não devem ser usados com gastos pessoais.

De acordo com o portal, esses cartões devem ser usados em despesas de pequeno valor e feitas por órgãos públicos ou servidores em serviço, quando não há exigência de licitação.

"Assim, mais do que facilitar o dia a dia da administração e dos servidores para pagamento de bens, serviços e despesas autorizadas, a iniciativa facilita a prestação de contas, confere maior segurança às operações e permite total acompanhamento das despesas realizadas com os recursos do governo”, informou o Portal da Transparência.

Na presidência da República, 14 pessoas, incluindo Bolsonaro e seus assessores, tinham acesso a cartões corporativos até dezembro de 2022.

O ex-presidente está fora do Brasil e ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto. A reportagem procurou a presidência da República sobre a forma como é feito o controle dos gastos e os processos para identificação de irregularidades, porém, ainda não recebeu retorno.

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