
Responsável por alavancar a candidatura de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República em Minas, o candidato ao Senado pelo mesmo partido, Bruno Miranda, também vai se valer da representatividade do presidenciável para angariar votos que possam levá-lo à Casa Legislativa.
Vereador em Belo Horizonte, Bruno quer garantir que as propostas do ex-governador cearense cheguem aos eleitores mineiros. Seguindo o modelo de Alexandre Kalil (PSD), que quer “colar no Lula”, Miranda busca “colar no Ciro”.
O parlamentar foi o terceiro entrevistado do programa “Gestores de Hoje em Dia – Eleições 2022”, nesta terça-feira (30). Durante a conversa com o jornalista Carlos Lindenberg, o vereador fez questão de frisar que é “radicalmente” contra a privatização da Copasa, Cemig ou do metrô de BH e que acredita no fortalecimento da indústria como forma de recuperar as economias de Minas e do Brasil.
“A gente não pode demonizar a relação com o empresariado. Agora, privatizar nossos principais ativos? Privatização da Cemig, Copasa e metrô, eu sou radicalmente contra”.
Ele aproveitou a oportunidade para repetir o mantra do desenvolvimentismo industrial, adotado pelo ex-governador cearense. “O Estado precisa ser indutor da economia”, afirmou e defendeu a indústria como forma de gerar empregos.
Candidatura
Miranda admitiu que não era candidato até recentemente e disse que sua missão é mais do que se apresentar aos eleitores: ele quer mostrar que Ciro é uma alternativa à polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pela Presidência da República.
Polarização que, na avaliação de Bruno Miranda, é alimentada pelos partidos que lideram as pesquisas. “Assim como no restante do país, essa polarização está muito consolidada (em Minas). E eles fazem questão de retroalimentar os dois polos. Tanto o bolsonarismo quanto o lulismo atuam para que essa polarização se consolide, porque aí eles se mantêm na preferência e no imaginário do eleitor”, avalia o candidato.
Renda básica
Um dos pontos principais das propostas de Bruno Miranda é a “renda básica”, que prevê a garantia de um valor mínimo para as famílias. Uma forma, segundo o candidato, de combater a fome e reaquecer a economia. Porém, ele criticou a estratégia de Bolsonaro ao ampliar o Auxílio Brasil em período eleitoral.
“Você discutir renda básica em período eleitoral fica parecendo oportunismo. Você usa a máquina pública para comprar o voto daquela população mais carente”, afirma.
Relação com tucanos
O PDT mineiro se juntou ao PSDB para apoiar a chapa ao governo estadual encabeçada pelo ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB). Segundo Bruno Miranda, os dois partidos têm muito mais convergências do que divergências, mas alguns pontos, como a privatização, não foram discutidos.
Essa aliança foi a razão inclusive para que o PDT escolhesse Bruno Miranda como candidato ao Senado. O primeiro nome apresentado pelo partido foi o de Duda Salabert, também vereadora da capital. Porém, a candidata não aceitou a aliança com tucanos e desistiu do Senado, focando sua eleição na disputa para deputada federal.
Dívidas mineiras
O candidato também falou sobre o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e disse ser contra a forma negociada pelo governador Romeu Zema (Novo). Para ele, é necessário rever os termos do acordo que possibilitou a negociação das dívidas de Minas com a União.
“Do jeito que está sendo locado, o Regime de Recuperação Fiscal engessa qualquer tipo de investimento no Estado”, critica.
Veja a entrevista completa abaixo: