Planos de governo

Candidatos consideram educação fundamental, e apresentam estratégias diferentes

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 25/10/2022 às 07:00.

Os dois candidatos à Presidência da República, o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), concordam em uma coisa: a educação é um ponto fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Ambos colocam isso em seus planos de governo. Porém, as estratégias que cada um escolhe para enfrentar o problema tem muitas diferenças e algumas divergências.

Nessa reta final das eleições, o HOJE EM DIA vai detalhar os planos dos dois candidatos ao Palácio do Planalto em diferentes áreas, começando pela Educação. 

Lula e Bolsonaro concordam que é necessário uma estratégia para combater os atrasos de aprendizado deixados como legado da pandemia para muitos estudantes brasileiros. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que enfrentar os impactos da pandemia na educação deve ser mesmo tratado como prioridade.

Segundo o IBGE, 10% dos estudantes do ensino básico brasileiro não tiveram acesso a qualquer tipo de atividade durante a pandemia. Números oficiais do governo brasileiro mostram que, em 2019, 6,6% da população ainda era analfabeta, situação agravada pela pandemia. 

Levantamento realizado pelo movimento “Todos Pela Educação” mostra que 33% dos alunos encerraram o ensino médio sem fluência na leitura e dificuldades de escrever. 

As lacunas na educação são um problema que afeta a todos os brasileiros. Mas, segundo o IBGE, é mais grave de acordo com a classe social, o lugar onde nasceu e a cor da pele dos estudantes. 

De acordo com o instituto, em 2019, enquanto no Sudeste apenas 3,3% das pessoas eram analfabetas, no Nordeste esse índice saltava para 13,9%. E a diferença também ocorre quando analisada a raça: entre brancos, o analfabetismo é de 3,6% contra 8,9% entre os negros. Outro dado relevante é que, antes mesmo da pandemia, menos da metade dos brasileiros (48,8%) terminaram o ensino médio e apenas 17,4% terminaram o ensino superior antes dos 25 anos.

Estratégias
As principais divergências entre as campanhas de Lula e Bolsonaro surgem justamente na hora de escolher as estratégias de enfrentar as desigualdades e os gargalos do sistema educacional brasileiro.

Lula promete voltar a investir na política de cotas para estudantes de escolas públicas e pela origem racial. Bolsonaro não fala em cotas. O atual presidente, por sua vez, promete valorizar os cursos técnicos e profissionalizantes para aproximar a educação básica das necessidades do mercado de trabalho.

Lula não aborda o tema e prefere reforçar o investimento em pesquisa e ciência para tornar o Brasil criador de conhecimento.

Os dois também defendem a universalização do acesso à internet e o papel da família na educação das crianças e adolescentes brasileiros. Porém, ao abordar o assunto, os petistas trazem no plano de governo a necessidade de “fortalecer a educação pública universal, democrática, gratuita, de qualidade, socialmente referenciada, laica e inclusiva, com valorização e reconhecimento público de seus profissionais”. 

Os bolsonaristas têm visão diferente. “É preciso ampliar o combate à violência institucional contra crianças e adolescentes, sob a premissa de que os pais são os principais atores na educação das crianças e não o Estado”, afirmam.

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