Sob forte esquema de segurança, a CPI mista da Petrobras iniciou na tarde desta terça-feira (2) a acareação entre o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e o ex-diretor de Área Internacional da companhia Nestor Cerveró. Em delação premiada, Costa acusou Cerveró de ter recebido propina pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Cerveró, contudo, nega as acusações.

A aquisição de metade dessa refinaria teve o aval da presidente Dilma Rousseff, presidente do Conselho de Administração da estatal na época da operação. O Tribunal de Contas da União (TCU) isentou Dilma de responsabilidade pela compra, mas apontou que a operação causou um prejuízo de US$ 792 milhões.

O decisão para colocá-los frente a frente foi dada pela comissão no último dia 18 de novembro, a pedido do deputado Ênio Bacci (PDT-RS). "Acho que a acareação faz parte das investigações e nenhuma CPI tem usado muito. Aquele que é convocado, no mínimo, vai dizer algo de forma oposta (ao acusador)", afirmou o autor do requerimento, na ocasião.

Quando estiveram antes no Congresso Nacional, tanto Cerveró como Paulo Roberto Costa negaram terem cometido ou tomado conhecimento de quaisquer irregularidades.

Os dois se sentaram um em frente ao outro, acompanhado do seus advogados, e numa mesa em frente à direção da CPI mista. A sala da reunião ficou lotada de deputados e senadores, em sua maioria da oposição, assessores parlamentares e jornalistas. A entrada à sala da acareação foi controlada pela Polícia Legislativa do Senado. Diante da grande presença de pessoas, outra sala de reuniões foi reservada com um telão para que pudessem acompanhar a acareação.

O início do encontro foi presidido pelo senador Gim Argello (PTB-DF), primeiro vice-presidente da CPI mista.

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